Há mais uma demissão no governo britânico, esta quarta-feira, desta feita, o ministro para as Crianças e Família, Will Quince. "É com grande tristeza e pesar que sinto que não tenho escolha a não ser apresentar minha renúncia como Ministro da Criança e da Família", escreveu.
A renúncia ao cargo surge depois de Quince ter defendido Boris Johnson nos meios de comunicação, na segunda-feira, e referir agora ter recebido informações falsas por parte do n.º 10 de Downing Street.
Nas entrevistas, o agora ex-governante disse ter recebido uma "garantia categórica" de que Boris Johnson não estava ciente de nenhuma alegação "específica" feita contra Chris Pincher quando o nomeou para vice-presidente da bancada parlamentar dos Conservadores, no início deste ano. Isso não era verdade.
Na carta de demissão, partilhada através do Twitter, Quince diz que falou com o primeiro-ministro na noite passada e que Boris Johnson lhe fez um "sincero pedido de desculpas". Mas o ministro diz que tem de renunciar de qualquer forma.
With great sadness and regret, I have this morning tendered my resignation to the Prime Minister after I accepted and repeated assurances on Monday to the media which have now been found to be inaccurate.
— Will Quince MP 🇬🇧 (@willquince) July 6, 2022
I wish my successor well - it is the best job in government. pic.twitter.com/65EOmHd47p
Esta foi a segunda demissão a atingir Boris Johnson antes das 8h30, depois de Laura Trott, deputada do Partido Conservador, também ter renunciado ao cargo de secretária particular parlamentar no Departamento de Transportes.
Já ontem, terça-feira, também o ministro das Finanças, Rishi Sunak, e o ministro da Saúde, Sajid Javid, se tinham demitido, após Boris Johnson ter pedido desculpa por ter nomeado Pincher para o governo. Nadhim Zahawi, até agora ministro da Educação, foi, entretanto, o escolhido para a pasta das Finanças e Steve Barclay, chefe de gabinete de Boris, vai para a Saúde.
Boris Johnson estava a ser pressionado sobre o que saberia acerca de um anterior comportamento impróprio atribuído ao deputado Chris Pincher, que se demitiu do parlamento, onde assumia funções de responsabilidade na bancada dos conservadores, na sequência de queixas sobre um assédio a dois homens num clube privado.
Na segunda-feira foram divulgadas pela imprensa britânica seis novas acusações de comportamento impróprio do ex-deputado do Partido Conservador Chris Pincher, dias depois de ter sido suspenso pelo partido por ter "apalpado" dois homens. As novas acusações contra Pincher, incluem outros três casos em que o político protagonizou "avanços não desejados" com outros deputados, há mais de uma década.
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