"Tendo em conta os procedimentos associados ao passamento físico do antigo Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos" e "havendo necessidade de estender-se o período de luto nacional inicialmente declarado, de modo a assegurar que as homenagens devidas à sua figura, a sua obra, os seus feitos e o seu legado decorram em período significativo", o atual chefe de Estado, João Lourenço, aumentou o período de luto nacional.
Assim, o luto nacional "tem a duração de sete dias" e inicia-se às 00:00 de 09 de julho, lê-se no novo decreto.
O Presidente de Angola tinha decretado hoje cinco dias de luto nacional, a começar também no sábado, pela morte do seu antecessor, José Eduardo dos Santos, aos 79 anos.
"É declarado o luto nacional a ser observado em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares", refere o primeiro decreto presidencial do chefe de Estado.
Segundo o decreto, o luto nacional começa às 00:00 de sábado, 09 de julho, tal como agora, durante os quais a bandeira nacional será colocada a meia haste e serão cancelados todos os espetáculos e manifestações públicas.
O chefe de Estado angolano justificou no decreto a homenagem com o facto de o ex-presidente José Eduardo dos Santos ter sido "uma figura ímpar da Pátria Angolana, à qual se dedicou desde muito cedo, tendo tido relevante participação na luta contra a colonização, na conquista da Independência Nacional, na consolidação da Nação Angolana, na sua afirmação no contexto das Nações, na conquista da paz e reconstrução e reconciliação nacionais".
O luto nacional visa por isso "homenagear condignamente a sua figura, a sua obra, os seus feitos e o seu legado", segundo o primeiro decreto presidencial.
José Eduardo dos Santos morreu hoje aos 79 anos em Barcelona, Espanha, após doença prolongada, anunciou a Presidência da República de Angola.
O antigo Presidente da Angola estava há duas semanas internado nos cuidados intensivos de uma clínica em Barcelona.
Em comunicado, o executivo angolano apresenta "profundos sentimentos de pesar" à família e apela "à serenidade de todos neste momento de dor e consternação".
José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, sendo era regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.
Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.
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