"Vocês viram o que aconteceu ontem [domingo], né? Uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu. 'Bolsonarista não sei o quê lá'", disse o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, para um grupo de apoiantes à porta do Palácio da Alvorada, em Brasília.
"Agora, ninguém fala que o Adélio [Bispo] é filiado ao Psol [Partido Socialismo e Liberdade], né? A única 'media' que eu tenho é essa que está nas mãos de vocês aí", acrescentou o Presidente brasileiro, referindo-se ao autor de uma facada que recebeu em 2018, durante a campanha presidencial, perpetrada por um ex-militante do Psol, força partidária de esquerda.
O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, também fez declarações minimizando o crime que aumentou o medo de violência política no Brasil menos de três meses antes da realização das eleições presidenciais, marcadas para outubro.
"Olha, é um evento lamentável, né? Ocorre em todo final de semana, em todas as cidades do Brasil, de gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas", declarou Mourão.
"Não é preocupante. Não queira fazer exploração política disso daí. Vou repetir o que eu estou dizendo, e nós vamos fechar esse caixão (...) Para mim, é um evento desses lamentáveis, que ocorrem todo final de semana nas nossas cidades, de gente que briga e termina indo para o caminho de um matar o outro", acrescentou o vice-presidente.
Na madrugada de domingo, um homem que trabalha na polícia penitenciária e se autodeclara apoiante de Bolsonaro nas redes sociais invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda, um polícia municipal de Foz do Iguaçu, no sul do Brasil, e abriu fogo contra o aniversariante.
Inicialmente os 'media' locais informaram que o autor do crime e a vítima, que comemorava o seu aniversário com amigos numa festa privada, haviam morrido, mas depois a polícia confirmou que o atirador que causou o incidente está vivo num hospital.
A vítima, da liderança do PT em Foz do Iguaçu, comemorava seus 50 anos na companhia de amigos e familiares numa festa temática privada para a qual o atirador não havia sido convidado e que exaltava a figura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, na sede de uma associação desportiva.
A delegada responsável pelo caso, Iane Cardoso, afirmou numa entrevista no domingo que testemunhas que estavam no local declararam que o autor dos primeiros disparos lançou proclamações a favor de Bolsonaro, apoiado pela extrema-direita brasileira, ao chegar no local, ameaçou os presentes na festa e que tudo indica que se tratou de um "conflito político".
As autoridades locais disseram, porém, hoje que a motivação do crime ainda está sob investigação.
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