Bolsonaro e Mourão minimizam crime contra apoiante de Lula da Silva

O Presidente e o vice-presidente do Brasil minimizaram hoje um homicídio cometido por um apoiante do Governo, que matou um membro do Partido dos Trabalhadores (PT), no domingo, num crime que terá motivação política, no sul do país.

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Lusa
11/07/2022 15:50 ‧ 11/07/2022 por Lusa

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"Vocês viram o que aconteceu ontem [domingo], né? Uma briga de duas pessoas lá em Foz do Iguaçu. 'Bolsonarista não sei o quê lá'", disse o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, para um grupo de apoiantes à porta do Palácio da Alvorada, em Brasília.

"Agora, ninguém fala que o Adélio [Bispo] é filiado ao Psol [Partido Socialismo e Liberdade], né? A única 'media' que eu tenho é essa que está nas mãos de vocês aí", acrescentou o Presidente brasileiro, referindo-se ao autor de uma facada que recebeu em 2018, durante a campanha presidencial, perpetrada por um ex-militante do Psol, força partidária de esquerda.

O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, também fez declarações minimizando o crime que aumentou o medo de violência política no Brasil menos de três meses antes da realização das eleições presidenciais, marcadas para outubro.

"Olha, é um evento lamentável, né? Ocorre em todo final de semana, em todas as cidades do Brasil, de gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas", declarou Mourão.

"Não é preocupante. Não queira fazer exploração política disso daí. Vou repetir o que eu estou dizendo, e nós vamos fechar esse caixão (...) Para mim, é um evento desses lamentáveis, que ocorrem todo final de semana nas nossas cidades, de gente que briga e termina indo para o caminho de um matar o outro", acrescentou o vice-presidente.

Na madrugada de domingo, um homem que trabalha na polícia penitenciária e se autodeclara apoiante de Bolsonaro nas redes sociais invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda, um polícia municipal de Foz do Iguaçu, no sul do Brasil, e abriu fogo contra o aniversariante.

Inicialmente os 'media' locais informaram que o autor do crime e a vítima, que comemorava o seu aniversário com amigos numa festa privada, haviam morrido, mas depois a polícia confirmou que o atirador que causou o incidente está vivo num hospital.

A vítima, da liderança do PT em Foz do Iguaçu, comemorava seus 50 anos na companhia de amigos e familiares numa festa temática privada para a qual o atirador não havia sido convidado e que exaltava a figura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, na sede de uma associação desportiva.

A delegada responsável pelo caso, Iane Cardoso, afirmou numa entrevista no domingo que testemunhas que estavam no local declararam que o autor dos primeiros disparos lançou proclamações a favor de Bolsonaro, apoiado pela extrema-direita brasileira, ao chegar no local, ameaçou os presentes na festa e que tudo indica que se tratou de um "conflito político".

As autoridades locais disseram, porém, hoje que a motivação do crime ainda está sob investigação.

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