Uma mulher no Sudão foi condenada à morte por apedrejamento acusada adultério. Este é o primeiro caso conhecido no país em quase uma década.
O seu nome é Maryam Alsyed Tiyrab, de 20 anos e foi presa pela polícia no estado do Nilo Branco, no Sudão, no mês de junho.
A mulher está neste momento a tentar recorrer da decisão, segundo o jornal The Guardian, sendo que a maioria das sentenças de apedrejamento, que são predominantemente contra mulheres, são normalmente anuladas num tribunal superior.
O Centro Africano para Estudos de Justiça e Paz (ACJPS), citado pelo jornal britânico disse que a sentença violou a lei do país e internacional e pediu a “libertação imediata e incondicional” desta mulher. Segundo esta organização, Maryam não teve um julgamento justo e não sabia que as informações que ela deu durante o interrogatório seriam usadas contra ela no futuro. Terá também sido negada representação legal.
“A aplicação da pena de morte por apedrejamento pelo crime de adultério é uma grave violação do direito internacional, incluindo o direito à vida e a proibição de tortura e tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”, afirma a organização, citada pelo jornal The Guardian.
Relembra-se que em 2020, o governo do Sudão, anunciou reformas em algumas das suas leis criminais de linha mais dura. As reformas não incluíram o apedrejamento, mas em agosto o país ratificou a convenção da ONU contra a tortura.
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