"A Costa do Marfim não pode estar envolvida em qualquer tentativa de desestabilização de qualquer país, especialmente de um país vizinho", disse Alassane Ouattara numa conferência de imprensa durante a visita à África do Sul.
O chefe de Estado marfinense apelou à libertação dos seus soldados, que, segundo ele, tinham sido injustamente presos e classificados como "mercenários" pelas autoridades malianas.
Ouattara instou também a ONU a esclarecer o assunto, depois de outros 49 soldados marfinenses terem sido detidos depois de aterrarem no aeroporto de Bamako, a 10 de julho.
"Todos lamentam esta situação", acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
De acordo com Abidjan, os soldados deveriam substituir outros marfinenses destacados no Mali como Elementos de Apoio Nacional (NSE), um procedimento da ONU que permite aos contingentes em missões de manutenção da paz apelar a militares não pertencentes à ONU para apoio logístico.
As detenções tiveram como pano de fundo uma fricção crescente entre os militares no poder em Bamako e os seus parceiros, já que o Mali afastou-se da França e dos seus aliados tradicionais europeus a favor da Rússia, numa tentativa de travar a deslocação dos rebeldes para o centro do país e para os vizinhos Burkina Faso e Níger.
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