Myanmar. Quem eram os ativistas que as autoridades enforcaram?

Esta é a primeira execução do século no país. De acordo com a Amnistia Internacional, mais de 100 pessoas estarão no corredor da morte pelos mesmos motivos que estes quatro homens.

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Teresa Banha
25/07/2022 11:32 ‧ 25/07/2022 por Teresa Banha

Mundo

Myanmar

As execuções de quatro ativistas de Myanmar (antiga Birmânia) estão a marcar esta segunda-feira. O anúncio foi feito pela Agência Nacional de Myanmar, controlada pelos militares.

De acordo com as informações, esta é a primeira aplicação de pena de morte nos últimos trinta anos.

Foi também pendurada uma faixa numa ponte na cidade de Yangon. "Preparem-se para pagar uma dívida de sangue", lê-se, de acordo com as traduções dos jornais internacionais.

 

Todas as vítimas, que tinham sido acusadas de conspiração de atos terroristas, foram condenadas à morte em janeiro - todos morreram enforcados. Mas quem eram estes ativistas?

 Zeyar Thaw, Jimmy, Hla Myo Aung and Aung Thura.”

Phyo Zeyar Thaw

Phyo Zeya Thaw, de 41 anos, foi o fundador do Generation Wave [Liga Nacional para a Democracia], um movimento pró-democracia que organizava protestos e utilizava a arte para se manifestar contra o antigo regime. Zeyar Thaw foi também deputado, tendo assumido funções em 2012, no mesmo ano em que Aung San Suu Kyia foi eleita.

Antes de ser conhecido pela sua vida política, Zeya Thaw não era desconhecido do grande público, tendo sido o autor do primeiro disco de hip-hop no país, lançado em 2000. Já aí o ativista usava a arte para criticar o antigo regime.

Foi detido em novembro, numa operação que envolveu mais de 100 operacionais.

Kyaw Min Yu

Um mês antes da detenção de Zeya Thaw, ocorreu a detenção de uma das outras vítimas: Kyaw Min Yu, ou 'Ko Jimmy', como era mais conhecido. Esta não foi a primeira detenção de Min Yu, tendo o ativista, de 53 anos, sido detido pela primeira vez em 1988. Na altura, era o líder de um grupo de estudantes pró-democracia. Foi libertado em 2005, mas dois anos depois voltou para a cadeia, onde ficou até 2012.

No tempo que passou na prisão, Min Yu não deixou de se focar em projetos para além do ativismo. Min Yu traduziu 'O Código da Vinci' e 'Anjos e Demónios', de Dan Brown. Para além de tradutor, era também um autor publicado, tendo escrito o um bestseller 'Making Friends' ('Fazendo amigos', na tradução livre).

Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw  são as duas outras vítimas mortais - sobre as quais não há tanta informação. De acordo com a Reuters, os homens foram acusados de matar uma informadora da junta militar na cidade de Yangon.

"Os quatro homens foram condenados por um tribunal em julgamento secretos e injustos. A comunidade internacional tem de agir mais rapidamente, dado que haverá mais de 100 pessoas no corredor da morte depois de serem condenados por crimes deste tipo", afirmou o responsável regional da Amnistia Internacional,  Erwin Van Der Borght.

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