África do Sul confirma pedido de extradição dos irmãos Gupta

O Governo da África do Sul confirmou hoje que pediu formalmente aos Emirados Árabes Unidos as extradições de Atul e Rajesh Gupta, dois empresários indianos acusados de corrupção durante a Presidência de Jacob Zuma.

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Lusa
25/07/2022 18:10 ‧ 25/07/2022 por Lusa

Mundo

África do Sul

"Podemos confirmar que a petição de extradição foi devidamente remetida à autoridade central dos Emirados Árabes Unidos [EAU]", disse o ministro da Justiça e Serviços Prisionais da África do Sul, Ronald Lamola, e pela procuradora-geral do país, Shamila Batohi, numa conferência de imprensa em Pretória, citada pela agência Efe, na qual se mostraram otimistas com o resultado do processo, ainda que admitam uma espera de "vários meses".

Atul e Rajesh Gupta são acusados de defraudarem o erário público em vários milhões de dólares, através de fraudes, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, durante a Presidência de Jacob Zuma, que durou entre 2009 e 2018, ano em que foi obrigado a retirar-se devido aos sucessivos escândalos financeiros e de corrupção.

Os dois empresários foram detidos no início do mês passado, no Dubai, graças a um alerta vermelho emitido pela Europol, a polícia europeia.

Emigrados na África do Sul nos anos 1990, os dois irmãos eram procurados no país desde 2018, ano em que, depois da demissão forçada de Zuma, as autoridades começaram a avançar nas investigações, ordens de prisão e apreensões dos bens milionários da sua família, que mantinha ligações muito próximas com Jacob Zuma e com o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), o que lhes permitiu construir um verdadeiro império de empresas com ligações a empresas públicas.

Ainda em 2016, a provedora de Justiça, Thuli Madonsela, divulgou um relatório detalhando como os Gupta tinham praticamente controlo de todo o aparelho de Estado num contexto de corrupção generalizada e de saque das instituições e das empresas públicas que, em consequência, enfrentam uma profunda crise que se arrasta até aos dias de hoje.

No decorrer da mega investigação que se seguiu à sua saída do poder, Jacob Zuma foi citado para depor em tribunal em várias ocasiões, mas recusou sempre, argumentando que a investigação era uma grande perseguição por motivos políticos.

As ausências motivaram uma pena de 15 meses de prisão no ano passado, mas ficou em liberdade condicional, perante as críticas de muitos ativistas e da oposição sul-africana.

Leia Também: Moçambique. Extradição de Manuel Chang aguarda decisão da Justiça

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