As questões comerciais EUA-China serão "definitivamente discutidas" na conversa telefónica que Joe Biden pretende ter com o Presidente chinês, Xi Jinping, "provavelmente esta semana", explicou o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.
O chefe de Estado norte-americano considera que "as taxas alfandegárias postas em prática pelo seu antecessor foram mal concebidas", adiantou Kirby.
"Acreditamos que estas custaram caro às famílias norte-americanas, pequenas empresas e agricultores", acrescentou.
Perante uma inflação elevada, que está a desmoralizar os norte-americanos, o Presidente democrata tem sido pressionado para suspender estes impostos aduaneiros punitivos, para acalmar um pouco a subida dos preços ao consumidor.
Na altura, o governo de Donald Trump denunciou práticas comerciais "injustas" por parte de Pequim e implementou estas taxas aduaneiras punitivas sobre produtos chineses, que representam o equivalente a 370.000 milhões de dólares [cerca de 336.000 milhões de euros] anuais de importações norte-americanas.
John Kirby deu a entender, no entanto, que mesmo que o assunto seja levantado durante a conversa telefónica, um anúncio sobre um possível levantamento destas taxas alfandegárias apenas surgirá mais tarde.
Joe Biden "não tomou uma decisão", assegurou o porta-voz da Casa Branca.
A conversa entre Joe Biden e Xi Jinping, que será a quinta entre os dois governantes, também incidirá, segundo John Kirby, nas tensões entre os dois países sobre Taiwan, que a China reivindica como parte de seu território, a guerra na Ucrânia, que Pequim não condenou.
O diálogo abordará também as reivindicações territoriais de Pequim no mar da China Meridional ou a competição económica entre os dois países.
Um dos principais objetivos deste encontro será "cuidar das relações" com a China, explicou o porta-voz.
Joe Biden "quer ter certeza de que as linhas de comunicação com o presidente Xi em todas as questões, sejam questões com as quais concordamos ou questões com as quais temos sérias diferenças, possam ser faladas ao telefone com franqueza", realçou Kirby.
Entre as questões que afastam os dois países está a possível visita a Taiwan da líder dos congressistas norte-americanos, Nancy Pelosi.
Qualquer viagem da presidente da Câmara dos Representantes, que é uma das figuras mais importantes do Estado norte-americano, envolverá um pesado dispositivo de segurança, e as informações sobre essa possível visita provocaram fúria em Pequim.
Sobre o tema, John Kirby frisou que, até ao momento, Nancy Pelosi "não anunciou nenhuma viagem".
Leia Também: EUA mantêm isenção de taxas aduaneiras punitivas em produtos chineses