"Para salvar o acordo nuclear com o Irão, coloquei na mesa o melhor acordo possível nessas circunstâncias. A hora de decidir é agora", sublinhou Josep Borrell, que também assume um papel de facilitador nestas reuniões, através de uma publicação no seu blogue.
O político espanhol afirmou que, após 15 meses de negociações "intensas e construtivas" e "inúmeras interações" com os participantes do acordo e com os Estados Unidos da América (EUA), "esgotou-se o espaço para chegar a compromissos significativos adicionais" sobre o acordo.
"É necessário tomar decisões agora, para aproveitar a oportunidade única de alcançar sucesso e pôr em prática o grande potencial de um acordo nuclear totalmente implementado", enfatizou.
O Irão e seis potências mundiais - EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China - assinaram em 2015 um acordo sobre o controverso programa nuclear iraniano, aceitando Teerão limitar drasticamente o seu enriquecimento de urânio em troca do levantamento das sanções económicas.
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente os EUA do acordo e partir daí o Irão tem violado o acordo e tem aumentado o seu 'stock' de urânio enriquecido.
As conversações internacionais mantidas em Viena sobre a reanimação do acordo e o regresso dos EUA ao protocolo, depois da viragem política com a eleição de Joe Biden, estão paradas desde abril.
Para o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, restabelecer o acordo nuclear iraniano "fortalecerá a segurança regional e global e demonstrará que são possíveis acordos internacionais em tempos turbulentos".
Josep Borrell sublinhou que o acordo garantiu limites "estritos" às atividades nucleares do Irão e o mais amplo regime de vigilância e inspeção já aplicado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a agência para o nuclear da ONU.
De resto, o diretor-geral deste órgão, Rafael Grossi, admitiu estar preocupado com as recentes alegações do Irão, de que em breve estará "tecnicamente" em condições de construir armas nucleares.
Um conselheiro do líder espiritual do Irão, Ali Khameni, revelou que Teerão poderia "produzir urânio enriquecido a 90% sem problemas, a pureza necessária para fabricar bombas atómicas".
Já a Agência de Energia Atómica do Irão (AEAI) garantiu na segunda-feira que não irá ligar as 27 câmaras de vigilância da AIEA até que o acordo nuclear de 2015 seja restaurado.
O acordo encontra-se num impasse e tanto o Irão, como os EUA, enfatizam que ainda há questões-chave a serem resolvidas que exigem vontade política e decisão.
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