Mali. Antigo PM nega acusações de corrupção do Supremo Tribunal

O ex-primeiro-ministro do Mali, Boubou Cissé, deposto em 2020 num golpe perpetrado pela junta militar que governa o país, negou hoje as acusações de corrupção que o Supremo Tribunal do Mali apresentou contra si.

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Lusa
01/08/2022 20:27 ‧ 01/08/2022 por Lusa

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Mali

 

Boub Cissé, junto com outros dois ex-ministros malianos - Mamadou Diarra, da Economia, e Tiéman Hubert Coulibaly, da Defesa -, está a ser investigado pela Procuradoria do Supremo Tribunal do Mali, que emitiu em 28 de julho, um mandado internacional de prisão contra todos.

De acordo com o mandado de prisão, os antigos responsáveis políticos são acusados ??de falsificação de documentos e atentados ao património público, entre outros crimes, no âmbito do caso 'Paramount', em que está a ser investigado um contrato público para compra de equipamentos militares.

"A justiça maliana, que sempre foi digna, não deve ser objeto de instrumentalização e, assim, desviar a opinião pública nacional dos problemas reais do momento em termos de segurança, social e económico", disse o ex-chefe do executivo do Mali em comunicado hoje divulgado.

O antigo primeiro-ministro acrescentou que está "absolutamente calmo e disposto" a limpar a sua honra e explicou que tomou "a dolorosa decisão" de deixar o seu país depois de ser investigado por suposto envolvimento num complô contra o governo responsável pelo golpe de Estado de dezembro de 2020, processo que foi anulado "por completa falta de provas".

Cissé foi primeiro-ministro do Mali entre 2019 e 2020 e deposto do cargo pela junta militar que atualmente governa o país, após um primeiro golpe em agosto em 2020 - que pôs fim ao seu governo - e um segundo em maio de 2021.

O ex-líder do executivo esclarece também que nunca praticou nenhum ato ilícito quando, em 2015, era o responsável pelo contrato investigado, pois nem sequer tinha competência para fazê-lo, no cargo de ministro de Minas, que ocupava naquela altura.

"Quero deixar claro que nunca procurei fugir das minhas responsabilidades ou dos meus deveres como investigador, enquanto o sistema de justiça no nosso país permanecer independente e imparcial", afirmou.

A sua ausência do país, acrescentou, deve-se ao desejo de "ter uma posição de reserva, para permitir que as autoridades de transição atuem o mais rapidamente possível para restabelecer os equilíbrios sociopolíticos necessários para um rápido regresso à ordem constitucional" no Mali.

O Mali sofre de grande insegurança, principalmente no centro e norte do seu território com inúmeros ataques terroristas. O país é governado por uma junta militar após dois golpes de Estado liderados pelo coronel Assimi Goita, que se recusou a convocar eleições em fevereiro passado, como prometido, e se comprometeu, no início deste mês, a realizá-las em fevereiro de 2024.

Leia Também: Mali emite mandato internacional de prisão para ex-primeiro-ministro

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