Israel tinha anunciado hoje que estava a atacar a Faixa de Gaza, justificando a operação com os rumores sobre a possibilidade de ações armadas de retaliação a partir do enclave palestiniano após a prisão, segunda-feira, de Bassem Saadi, um alto dirigente da organização Jihad Islâmica na Cisjordânia.
O Ministério da Saúde palestiniano indicou que pelo menos oito pessoas morreram nos ataques, incluindo uma menina de cinco anos e um dos comandantes da organização em Gaza, Taiseer al-Jabari.
Segundo noticiou entretanto a agência Associated Press (AP), os ataques ameaçam desencadear mais um conflito no enclave, liderado pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
A morte de al-Jabari, alerta a AP, poderá levar a retaliações a partir da Faixa de Gaza, de onde poderão ser disparados foguetes contra Israel.
"O Governo israelita não permitirá que organizações terroristas na Faixa de Gaza estabeleçam a agenda na área adjacente à Faixa de Gaza e ameacem os cidadãos do Estado de Israel. Quem tentar fazer mal a Israel deverá saber que nós o encontraremos", disse hoje o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid.
No entanto, os ataques israelitas foram já condenados pelo Hamas e pela Fatah, que domina na Cisjordânia, tendo ambos considerado que Israel está "novamente a cometer crimes", ameaçando retaliar.
O porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Fauzi Barhum, sublinhou que Israel "vai ter de pagar o preço" pelos ataques, frisando que a organização "está preparada" para retaliar.
"A resistência, com todas as suas armas militares e fações, está unida nesta batalha", afirmou Barhum.
Por seu lado, o porta-voz da Fatah, Munther al-Hayek, acusou Israel de "atacar e intimidar civis desarmados", no que considera ser "mais um crime que se junta aos cometidos pelas forças de ocupação israelitas" contra o povo palestiniano.
Num comunicado citado pela agência noticiosa palestiniana WAFA, al-Hayek apelou à comunidade internacional e aos mediadores para que intervenham "de imediato" de forma a evitar que Israel "cometa novos massacres".
Na terça-feira, o exército israelita ordenou o encerramento das passagens na fronteira com o enclave, forçando milhares de habitantes de Gaza, portadores de autorizações de trabalho em Israel, a ficarem em casa.
A paralisação atrasou o fornecimento de combustível, normalmente transportado do Egito ou de Israel e necessário para abastecer a central elétrica de Gaza.
Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o poder no enclave, um território com cerca de 2,3 milhões de habitantes que têm enfrentado situações de pobreza e de desemprego.
Israel e grupos armados em Gaza têm travado vários conflitos, o último deles em maio de 2021.
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