EUA. Casal decide aborto após saber de doenças genéticas raras do feto

Breanna e Kyle O'Brien, de Kansas, viajaram para fora do estado para realização do aborto.

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Notícias ao Minuto
08/08/2022 23:30 ‧ 08/08/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Aborto nos EUA

Um casal que reside no estado americano do Kansas decidiu realizar um aborto às 20 semanas de gestação, após ter conhecimento de que o seu primeiro filho iria nascer com duas doenças genéticas raras e graves, e teve de fazê-lo noutro estado.

Breanna O'Brien revelou que já estavam no processo de decoração do quarto do bebé quando ela e o marido Kyle receberam um diagnóstico devastador.

Os médicos informaram o casal que o feto tinha Xeroderma pigmentosum grupo D (XPD) e Trichothiodystrophy (TTD), o que poderia causar não só incapacidade significativa como uma esperança de vida reduzida.

A grávida questionou-se sobre o que estava a acontecer e como iriam lidar com a situação. "Uma hipótese num milhão e acontece com o nosso primeiro bebé, a nossa primeira gravidez, um bebé incrivelmente desejado", lamentou Breanna.

"É uma doença cruel e horrível. Não consegui fazer o meu bebé passar por isso", disse o pai do bebé, Kyle O'Brien, ao explicar que o filho não teria "uma vida normal" e sua qualidade de vida seria tão baixa que ele não a desejaria "nem ao pior inimigo", relata a ABC News.

O casal, que se descreveu como católico devoto, confessou ter lutado com os ensinamentos da Igreja sobre o aborto. "Sendo católico, há um sério sentimento de culpa", esclareceu a mulher ao explicar que quem é religioso acredita que "vai para o inferno por tomar esta decisão". "Eu preferia ir para o inferno do que ter o meu bebé a viver numa prisão durante três curtos anos", confessou.

O casal falou com conselheiros genéticos e pais de crianças com a mesma condição antes de tomar a decisão de interromper a gravidez. Assim que decidiram o que Breanna acredita ter sido o "melhor" para o bebé, o casal percebeu que não teria acesso aos cuidados necessários no Kansas.

Embora seja permitido realizar abortos no Kansas até 22 semanas de gravidez, com requisitos de aconselhamento, consentimento parental para menores e um período de espera, Breanna não ia a tempo de conseguir estes cuidados no seu estado natal, pelo que teve de viajar para Illinois.

Leia Também: Proibição de abortos no Indiana é "decisão absolutamente vergonhosa"

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