O embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Gennady Gatilov, descartou, esta segunda-feira, a possibilidade de existir uma solução diplomática para terminar com a guerra na Ucrânia, acrescentando que Moscovo espera um conflito prolongado.
Em entrevista ao The Financial Times, o diplomata russo frisou que não haverá conversações diretas entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e lembrou que as delegações russa e ucraniana estiveram “muito perto” de chegar a um acordo durante as negociações de abril.
No entanto, segundo Gatilov, a Ucrânia terá sido pressionada pelos Estados Unidos da América (EUA) e pela aliança transatlântica NATO a afastar-se das negociações.
“Agora, não vejo qualquer possibilidade de contactos diplomáticos. E quanto mais o conflito continuar, mais difícil será ter uma solução diplomática”, considerou.
O responsável frisou ainda que a ONU “nunca mais será a mesma” após a invasão russa da Ucrânia. “O mundo mudou e a ONU nunca mais será a mesma de antes”, disse.
O conflito, que está prestes a entrar no seu sexto mês, começou com o objetivo, segundo Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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