Angola. ONG apela à "absoluta neutralidade" das forças de segurança
A Organização Não-Governamental (ONG) de ativistas na diáspora Friends of Angola apelou à "absoluta neutralidade" das forças armadas, que "tendem a posicionar-se contra a lei e o povo para cumprir a agenda do partido no poder".
© Lusa
Mundo Angola
Num comunicado difundido hoje, esta ONG escreve que "a Polícia e as Forças Armadas Angolanas esporadicamente têm agido como agentes da lei, mas ao contrário tendem a posicionar-se contra a lei e o povo para cumprir a agenda do partido no poder".
Na missiva, a ONG aponta que "é com muita preocupação e urgência que a Friends of Angola apela às Instituições de Segurança e Defesa em Angola a posicionarem-se patrioticamente perante as eleições no dia 24 de agosto de 2022" e acrescenta que "a estabilidade política e social depende essencialmente dos serviços de informações e sobretudo das forças armadas".
"Entendemos que a instabilidade política aumenta quando estes órgãos estatais agem de modo parcial ou a favor de uma fação da sociedade", refere.
A ONG salienta às direções da polícia nacional e das forças armadas que "o desrespeito e o desprezo pelos direitos humanos podem resultar em atos bárbaros que ultrajam a consciência humana" e por isso, conclui, "é essencial, para que os angolanos não sejam obrigados a recorrer, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, que os seus direitos sejam também salvaguardados pelas instituições de Segurança e Defesa".
Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, estão habilitados a votar em 24 de agosto, na que será a quinta eleição da história de Angola.
Os 220 membros da Assembleia Nacional angolana são eleitos por dois métodos: 130 membros de forma proporcional pelo chamado círculo nacional, e os restantes 90 assentos estão reservados para cada uma das 18 províncias de Angola, usando o método de Hondt e em que cada uma elege cinco parlamentares, enquanto o Presidente será o cabeça-de-lista do partido mais votado.
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