"Não nos podíamos importar menos". Ucrânia acusa FSB da morte de Dugina
O secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia acusa os serviços secretos russos de serem responsáveis pela explosão que matou a filha de Alexander Dugin.
© Volodymyr Tarasov/ Ukrinform/Future Publishing via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksii Danilov, negou, na segunda-feira, o envolvimento do país na morte de Darya Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin, acusando os serviços secretos da Rússia.
Em entrevista ao 24 Kanal, o responsável sublinhou que a jornalista e comentadora política, de 29 anos, e o seu pai “não eram importantes” para a Ucrânia.
“Não nos podíamos importar menos com esta pessoa, eles realmente não nos importavam. O FSB [Serviço Federal de Segurança da Federação Russa] fez isto, e vão dizer que foi alguém do nosso lado que o fez”, frisou.
Segundo Danilov, a Ucrânia “não trabalha assim” e o seus “homens e mulheres têm tarefas mais importantes”. “Não estamos de todo envolvidos na explosão que matou esta mulher - é o trabalho dos serviços secretos russos. O nosso Serviço de Segurança nada tem a ver com isso”, reiterou.
Danilov disse ainda que Darya Dugina e o seu pai criticaram o que a Rússia chama de "operação especial" militar na Ucrânia, porque achavam que estava a prolongar-se por muito tempo.
Na sua opinião, são os serviços secretos russos que estão a começar a livrar-se das pessoas que criticam os alegados "sucessos" militares da Rússia na guerra.
Na segunda-feira, o FSB acusou os serviços secretos da Ucrânia de terem assassinado Darya Dugina, acrescentando que o crime foi levado a cabo por uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979.
Antes, o conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento na morte da filha do 'cérebro' de Vladimir Putin. "Sublinho que a Ucrânia nada tem a ver com isto, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", assegurou o conselheiro de Volodymyr Zelensky.
Já na segunda-feira, Podolyak acusou os responsáveis russos de consumirem "alucinogénios" por considerarem que a Ucrânia poderia estar envolvida no ataque. “Eu sei que os alucinogénios levam a uma perda da realidade. Mas os representantes da Rússia devem compreender: o mundo vê a guerra ao vivo, assim como os seus crimes. Assim, uma tentativa de culpar a Ucrânia por ataques terroristas em Olenivka ou pela explosão de automóveis nos subúrbios de Moscovo são inúteis…”, escreveu na rede social Twitter.
Líder do Movimento Eurasiático, Alexander Dugin, 60 anos, tem sido descrito no Ocidente como "cérebro de Putin" e "guia espiritual" da invasão da Ucrânia, embora se desconheça se mantém contactos com o líder russo.
Apoiante da invasão da Ucrânia, como o pai, Darya Dugina foi alvo de sanções das autoridades norte-americanas e britânicas, que a acusaram de contribuir para a desinformação em relação à guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
Numa entrevista em maio, descreveu a guerra na Ucrânia como um "choque de civilizações" e manifestou orgulho por ela e o pai terem sido sancionados pelo Ocidente, segundo a BBC.
Leia Também: Putin classifica morte de Darya Dugina como "crime desprezível e cruel"
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