Uma morte sem culpados, que pode ser usada como arma pela Rússia. O atentado que matou a filha do filósofo ultranacionalista russo Alexander Dugin, Darya Dugina, está envolta em mistério e só aumentou a tensão entre os dois países.
A Rússia e Ucrânia culpam-se mutuamente pela morte da jornalista e comentadora política, de 29 anos, que morreu na noite de sábado quando o carro onde seguia, após ter participado num evento com o pai, explodiu.
Mas afinal o que tinha a Rússia a ganhar com a tragédia? Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial de Volodymyr Zelensky, enumera aquelas que podem ser os trunfos a ganhar pelos russos num ataque desta natureza.
Numa publicação feita, esta tarde, no Twitter, Podolyak escreve que a morte de Dugina cria um símbolo de propaganda para a Rússia, populariza as ideias nazi do pai da jornalista, intimida outros propagandistas contra a guerra com "obediência" adicional e, por fim, muda o foco de a Rússia ser "um Estado terrorista".
What did Kremlin achieve by eliminating Dugina?
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) August 23, 2022
1. Created a symbol of propaganda;
2. Popularized her father’s Nazi ideas;
3. Intimidated other propagandists for additional "obedience";
4. Shifted focus from #RussiaIsATerroristState.
Cui prodest – to whom is it a benefit?
Refira-se que na segunda-feira, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) acusou os serviços secretos da Ucrânia de terem assassinado Darya Dugina, acrescentando que o crime foi levado a cabo por uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979.
Antes, o conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento na morte da filha do 'cérebro' de Vladimir Putin. "Sublinho que a Ucrânia nada tem a ver com isto, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", assegurou o conselheiro de Volodymyr Zelensky.
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