A acusação surge depois de o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, ter anunciado a 1 de agosto a execução, por um 'drone' norte-americano, do líder da Al-Qaida, Ayman al-Zawahiri, quando este estava na sua residência em Cabul.
"Na ausência de quaisquer provas, como o próprio ministro afegão reconheceu, tais alegações no meio de conjeturas são altamente lamentáveis e desafiam as normas de conduta diplomática responsável", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, em resposta à declaração de domingo dos talibãs.
Numa conferência de imprensa, em Cabul, Yaqoob tinha afirmado no domingo que, com base nas informações de que dispunha, os 'drones' norte-americanos "entraram no Afeganistão através do Paquistão e utilizam o seu espaço aéreo contra nós", disse o ministro talibã.
Al Zawahiri tinha-se mudado no início deste ano com a sua família do Paquistão para Cabul, onde em 2011 o líder histórico Osama bin Laden foi morto noutra operação dos EUA.
O Paquistão insiste até hoje que condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações e apelou às autoridades afegãs o "cumprimento dos compromissos internacionais do Afeganistão de não permitir a utilização do seu território para o terrorismo contra qualquer país".
Desde a chegada ao poder dos fundamentalistas islâmicos, as tensões fronteiriças com o Paquistão aumentaram, com Islamabad a afirmar que grupos armados entram no país para perpetrarem ataques regulares no território, o que os talibãs negam.
Em abril, ataques aéreos militares paquistaneses no leste do Afeganistão mataram e feriram dezenas de pessoas, contribuindo para o aumento de tensões bilaterais.
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