O assunto foi abordado numa reunião da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, na qual participou o diretor-geral para as Américas do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Brian Glynn.
O diretor para as Américas do SEAE indicou que, a um mês da primeira volta das eleições gerais no Brasil, a União Europeia (UE) está "a acompanhar de perto" a campanha, em que há um "clima de polarização" e também alguns episódios de desinformação.
Glynn destacou a importância do Brasil como "uma das maiores democracias do mundo e parceiro estratégico da UE" e realçou que os 27 Estados-membros devem "fazer mais" para estreitar as relações com aquele país.
Embora a China seja atualmente o maior parceiro comercial do Brasil, a UE continua a ser o maior investidor no país, sublinhou.
Por isso, destacou a necessidade de fortalecer a cooperação em mais áreas e em particular a necessidade de incluir o Brasil nos objetivos do Pacto Verde Europeu.
Em relação às futuras eleições, o diretor-geral para as Américas do SEAE afirmou: "Assim que tivermos clareza sobre os rumos da política no Brasil para os próximos anos, vamos comprometer-nos com as novas autoridades", acrescentando que, após as eleições, previstas para 02 de outubro, será "um bom momento para olhar no Brasil com novos olhos".
O responsável considerou também que, com a atual mudança geopolítica mundial, devem ser feitas adaptações em relação à política europeia na América Latina.
"A América Latina é uma região do mundo que certamente foi um pouco abandonada pela UE, o que foi dado como certo, e agora temos a capacidade e a vontade de fazer algo a respeito disto", afirmou Glynn.
O presidente da comissão parlamentar de Assuntos Externos, o democrata-cristão alemão David McAllister, destacou, por seu lado, que a UE tem que "reforçar os seus laços com os parceiros latino-americanos" e principalmente com o Brasil como um "parceiro estratégico".
Neste contexto, considerou que os 27 Estados-membros da UE devem "fazer mais" face à influência "preocupante" que a China está a ganhar naquela região e procurar formas de estreitar as relações.
O Acordo de Associação entre a UE e o Mercosul foi assinado em 2019, após 20 anos de negociações, mas ainda não entrou em vigor, porque depende da ratificação legislativa de todos os envolvidos e há países europeus que duvidam dos compromissos ambientais das nações do bloco sul-americano.
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