Composição do Governo liderado pela sucessora de Boris só começará a ser conhecida na terça-feira. Estes são alguns dos nomes de prováveis ministros:
Kwasi Kwarteng
O atual ministro da Economia é dado quase como certo nas Finanças, onde terá a responsabilidade de formular o pacote de apoio às famílias e empresas britânicas perante a subida da inflação e do custo da energia.
Hoje deu algumas pistas sobre soluções, ao escrever no jornal Financial Times que haverá um corte de impostos para "colocar dinheiro de volta nos bolsos das pessoas" e "libertar as empresas de impostos onerosos e regulamentos inadequados".
Ainda assim, o ainda ministro da Economia assegurou que isto será feito de uma "forma fiscalmente responsável" e com o compromisso de reduzir a dívida pública relativamente ao Produto Interno Bruto (PB), atualmente nos 99,6%.
Formado no colégio elitista de Eton, onde estudaram membros da monarquia, nobreza e políticos, Kwarteng, de 47 anos, é filho de imigrantes do Gana. Foi eleito pela primeira vez em 2010 mas só entrou para o Governo em janeiro.
James Cleverly
O ministro da Educação deverá herdar de Truss a pasta dos Negócios Estrangeiros, sob a qual serviu como secretário de Estado. A carreira no Exército, da qual desistiu devido a um problema na perna, poderá ajudar na política de apoio à Ucrânia.
Nascido no sul de Londres de pai britânico e mãe da Serra Leoa, Cleverly, de 53 anos, trabalhou em publicidade e montou a própria empresa antes de ser eleito em 2008 para a assembleia municipal de Londres. Entrou para o parlamento em 2015 e em 2019 chegou a anunciar-se como candidato contra Boris Johnson para a liderança do Partido Conservador, mas desistiu por falta de apoios.
Suella Braverman
A procuradora-geral está prestes a ser promovida para o Ministério do Interior, substituindo Priti Patel, quem Boris Johnson manteve no posto apesar de vários escândalos e de um inquérito desfavorável sobre intimidação a funcionários. A advogada tem sido uma das vozes mais duras na luta contra a imigração ilegal, que Patel teve dificuldades em controlar.
Membro do grupo de eurocéticos na bancada parlamentar, deverá ser recompensada pelo apoio a Truss após ser derrotada na eleição. O pai de Suella Fernandes Braverman era um queniano com ascendência em Goa, enquanto a mãe tem raízes nas ilhas Maurícias.
Jacob Reees-Mogg
O atual ministro para as Oportunidades do 'Brexit' (processo da saída britânica da União Europeia) parece estar a caminho do Ministério da Economia. Proeminente eurocético conhecido pela linhagem aristocrática, dicção 'snob' e família numerosa de seis filhos, fez fortuna como gestor de fundos.
Crítico do "politicamente correto" e da cultura 'woke' [corrente de justiça social conotada com a esquerda], nos últimos meses protagonizou uma batalha contra o teletrabalho na função pública, chegando a deixar recados nas secretárias vazias.
Rees-Mogg é um defensor assumido da desregulamentação e da reforma dos direitos dos trabalhadores, pelo que poderá abrir uma nova frente de confronto com os sindicatos.
David Frost
O antigo chefe negociador para o 'Brexit' nunca concorreu a eleições pelo Partido Conservador, mas o estilo de confronto com Bruxelas e críticas abertas a Boris Johnson devido ao aumento de impostos ganhou admiradores. O antigo secretário de Estado para o 'Brexit' apoiou Truss contra Rishi Sunak (o outro candidato finalista nas eleições internas para a liderança conservadora) e, enquanto membro da Câmara dos Lordes, pode ser recrutado para o Governo.
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