"Cheguei ao Paquistão para expressar a minha profunda solidariedade com o povo paquistanês após as inundações devastadoras que aqui se registaram. Apelo ao apoio maciço da comunidade internacional enquanto o Paquistão responde a esta catástrofe climática", disse o português na rede social Twitter.
Guterres chegou hoje ao Paquistão, sendo recebido à chegada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hina Rabbani Khar. O líder da ONU vai reunir-se com o primeiro-ministro Shahbaz Sharif e outros funcionários do governo e militares durante a visita.
A viagem acontece menos de duas semanas depois de Guterres ter pedido 160 milhões de dólares (158,75 milhões de euros) em fundos de emergência.
As chuvas de monção e inundações causaram pelo menos 10 mil milhões de dólares (9,92 milhões de euros) em danos e 1.391 mortes, tendo afetado mais de 3,3 milhões de pessoas, uma parte das quais está atualmente a viver em tendas a céu aberto.
I have arrived in Pakistan to express my deep solidarity with the Pakistani people after the devastating floods here.
— António Guterres (@antonioguterres) September 8, 2022
I appeal for massive support from the international community as Pakistan responds to this climate catastrophe.
Até agora, agências das Nações Unidas e vários países enviaram dezenas de aviões cheios de ajuda. Os Estados Unidos prometeram fornecer assistência às vítimas das inundações no valor de 30 milhões de dólares (29,78 milhões de euros).
O primeiro avião norte-americano chegará hoje ao país, de acordo com as autoridades paquistanesas, que dizem que Washington está a montar uma ponte aérea de ajuda humanitária.
As inundações no Paquistão também feriram 12.722 pessoas, destruíram milhares de quilómetros de estradas, derrubaram pontes e danificaram escolas e hospitais, de acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres.
As inundações também danificaram alguns dos principais monumentos paquistaneses, incluindo Mohenjo Daro, considerado um dos antigos assentamentos urbanos mais bem preservados no sul da Ásia.
As ruínas perto do rio Indo foram descobertas em 1922 e, até hoje, o mistério rodeia o desaparecimento da civilização que remonta a 4.500 anos, coincidindo com as do Antigo Egito e da Mesopotâmia.
Na semana passada, o líder das Nações Unidas emitiu um aviso sobre os efeitos das alterações climáticas.
"Vamos parar de caminhar como sonâmbulos rumo à destruição do nosso planeta pelas alterações climáticas", disse Guterres, numa mensagem em vídeo enviada a uma cerimónia em Islamabad. "Hoje, é o Paquistão. Amanhã, pode ser o seu país", acrescentou.
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