Uma delegação do governo chinês foi proibida de prestar homenagem no velório da antiga monarca do Reino Unido Isabel II, que morreu na passada quinta-feira, dia 8 de setembro.
De acordo com a BBC, a ordem para excluir a delegação chinesa foi dada pelo presidente da Câmara dos Comuns, Sir Lindsay Hoyle, numa decisão que poderá agravar tensões entre Londres e Pequim.
Sublinhe-se que quem tem autoridade sobre Westminster Hall, onde a rainha estará em câmara ardente até segunda-feira, são os parlamentares da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes.
A decisão está relacionada com as sanções do governo chinês a cinco deputados britânicos efetuadas no ano passado. Na altura, a China impôs proibições de viagem e congelamento de bens a nove britânicos - incluindo sete parlamentares - por acusarem Pequim de maltratar muçulmanos Uighur (minoria étnica e religiosa na China).
Como consequência, o embaixador da China no Reino Unido foi banido do Parlamento, uma medida que agora foi estendida a esta delegação que queria prestar homenagem a Isabel II.
Mesmo assim, o vice-presidente da China, Wang Qishan, estará presente no dia do funeral da antiga chefe de estado britânica, apesar de na quinta-feira, o grupo de parlamentares, incluindo os ex-ministros conservadores Iain Duncan Smith e Tim Loughton, pedirem ao ministro dos Negócios Estrangeiros para retirar o convite à presidência chinesa.
Esta questão diplomática acontece depois de vários países ocidentais imporem sanções às autoridades da China depois de alegações de abuso dos direitos contra o grupo minoritário uigur, de maioria muçulmana.
Sabe-se que a China deteve uigures em campos de concentração na região noroeste de Xinjiang, onde surgiram alegações de tortura, trabalho forçado e abuso sexual. Segundo a BBC, o país negou as alegações de abuso, referindo que os campos são instalações de "reeducação" usadas para combater o terrorismo.
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