Referendos no Donbass são "restauração da justiça histórica"
Dmitry Medvedev defendeu que é importante incluir na Constituição que "nenhum futuro líder da Rússia, nenhum funcionário seja capaz de inverter" as decisões tomadas agora.
© Mikhail Svetlov/Getty Images
Mundo Dmitry Medvedev
O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou, esta terça-feira, que os referendos na região do Donbass “são de grande importância”, não só para a proteção dos residentes das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk, Lugansk e “outros territórios libertados”, mas também para a “restauração da justiça histórica”.
As declarações de Medvedev surgem após Donetsk e Lugansk decidirem acelerar a organização de referendos sobre a integração na Rússia, depois de a contraofensiva ucraniana ter recuperado território ao exército russo, segundo anunciou ontem o anunciou o líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin.
“Os referendos em Donbass são de grande importância não só para a proteção sistémica dos residentes do Lugansk, Donetsk e outros territórios libertados, mas também para a restauração da justiça histórica”, escreveu Medvedev na plataforma Telegram.
Na ótica do ex-presidente russo, os referendos “mudam completamente o vector do desenvolvimento da Rússia durante décadas”. “Após a sua realização e a admissão dos novos territórios na Rússia, a transformação geopolítica no mundo será irreversível”, sublinhou.
O político disse ainda que “a invasão do território da Rússia é um crime que permite o uso de todas as forças de autodefesa” e que é importante incluir na Constituição da Federação Russa que “nenhum futuro líder da Rússia, nenhum funcionário seja capaz de inverter estas decisões”.
Sublinhe-se que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de 5.600 civis morreram e oito mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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