"Quero fazer um pedido formal a este tribunal para que, no final das audiências, sejam extraídos depoimentos de cada uma das mentiras dos procuradores, em contraste com as provas documentais, periciais e testemunhais que este julgamento apreciou", disse Fernández, numa sessão do julgamento, acrescentando que este é "um caso claro de prevaricação".
Por videoconferência, a partir do seu gabinete no senado, Fernández testemunhou em sua própria defesa na fase de alegações do julgamento que enfrenta pela alegada concessão irregular de obras públicas durante o seu mandato como Presidente (2007-2015).
Nas suas alegações, a líder do movimento peronista kirchnerista - que há vários anos diz ser vítima de perseguição política e judicial pelo governo de Mauricio Macri (2015-2019) -- deu os parabéns aos seus advogados, dizendo que ao longo das últimas semanas conseguiram demonstrar que a Procuradoria apresentou apenas "mentiras, calúnias e difamações".
Fernández é acusada de ter cometido crimes de associação ilícita e administração fraudulenta de fundos públicos, por alegadas irregularidades na concessão de 51 obras públicas a organizações do empresário Lázaro Báez, durante o seu mandato e o de seu marido, o falecido Néstor Kirchner (2003- 2007), na província de Santa Cruz.
"Para me implicarem, negligenciaram a Constituição, o Código Penal, o Código Civil, as leis do Processo Administrativo, a jurisprudência, a lógica... tudo. Realmente, é um absurdo", concluiu a vice-Presidente da Argentina.
Para Cristina Kirchner, esta alegada "associação ilícita não tem 'pés nem cabeça', mas fundamentalmente é profundamente inconstitucional, profundamente anti-republicana e profundamente antifederal".
Leia Também: Corrupção. Cristina Fernández alega interferência política no julgamento