ONU apela à "libertação" dos militares da Costa do Marfim presos no Mali
A Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje, em comunicado, à libertação imediata" dos 46 militares da Costa do Marfim detidos no Mali desde julho.
© Reuters
Mundo ONU
O secretariado da ONU, entidade que emitiu a nota e inclui as estruturas de gestão da ONU bem como o secretário-geral, António Guterres, apela ainda ao "restabelecimento da confiança" entre os dois países vizinhos.
Assim, na nota, pede a "libertação imediata" dos 46 soldados detidos no Mali desde o início de julho, dentro do "espírito das relações fraternas entre os povos da Costa do Marfim e do Mali".
A ONU "apoia fortemente todos os esforços para facilitar esta libertação, bem como o restabelecimento da confiança e a promoção da boa vizinhança entre os dois países", acrescenta o comunicado, citado pela agência France-Presse, sublinhando o seu "profundo apreço pela contribuição da Costa do Marfim para as operações de manutenção da paz da ONU e para a Minusma (Missão das Nações Unidas no Mali) em particular".
A prisão de militares da Costa do Marfim, em 10 de julho em Bamako e a acusação, em meados de agosto, de que "tentaram minar a segurança externa do Estado", transformou-se numa crise diplomática entre os dois países vizinhos.
A junta militar no poder no Mali descreve os militares como "mercenários", enquanto Abidjan garante que aqueles elementos estavam em missão para a ONU, como parte das operações de apoio logístico à Minusma.
Durante uma entrevista na semana passada à RFI e France 24, António Guterres afirmou que os soldados da Costa do Marfim detidos "não eram mercenários", o que provocou o descontentamento da junta militar no poder no Mali.
No seu discurso no sábado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, o coronel Abdoulaye Maïga, primeiro-ministro interino do Mali, atacou o secretário-geral da ONU.
"Deixe-me expressar o meu profundo desacordo após a sua recente declaração nos 'media'", disse o coronel, considerando que esse caso "bilateral e judicial" não era "competência do secretário-geral das Nações Unidas".
"Senhor secretário-geral, o Mali tirará todas as consequências legais das suas ações", acrescentou.
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