Na semana passada, Ucrânia e Rússia anunciaram a maior troca de prisioneiros militares desde o início da guerra, entre eles estava Mykhailo Dianov, soldado e músico ucraniano, cujas imagens estão a chocar o mundo, por mostrarem uma grande deterioração física.
Recorde-se que Kyiv recuperou dez estrangeiros (cinco britânicos, dois norte-americanos, um marroquino, um sueco e um croata) e 205 ucranianos, incluindo os chefes de defesa da siderúrgica Azovstal, na cidade de Mariupol, símbolo de resistência à invasão russa. Em troca, Moscovo recebeu 55 russos e um ex-deputado ucraniano Viktor Medvedchuk, considerado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e acusado de alta traição por Kyiv.
As imagens de Mykhailo Dianov, que esteve sob custódia russa, foram divulgadas pelo Ministério da Defesa da Ucrânia.
“O soldado ucraniano Mykhailo Dianov está entre os afortunados: em contraste com alguns dos seus companheiros prisioneiros de guerra, sobreviveu ao cativeiro russo. É assim que a Rússia ‘adere’ às Convenções de Genebra. É assim que a Rússia continua o legado vergonhoso do nazismo”, escreveu a tutela, mostrando imagens chocantes do antes e depois do soldado.
Ukrainian soldier Mykhailo Dianov is among the fortunate ones: in contrast with some of his fellow POWs, he survived russian captivity. This is how russia “adheres” to the Geneva Conventions. This is how russia continues the shameful legacy of Nazism. pic.twitter.com/cJpx7ZWQYo
— Defense of Ukraine (@DefenceU) September 23, 2022
Também o The Kyiv Independent partilhou a imagem atual de Dianov e outra tirada quando este estava dentro da siderúrgica Azovstal.
Left: Ukrainian marine Mykhailo Dianov inside the Azovstal steel plant during the siege of Mariupol in May.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) September 23, 2022
Right: Dianov in a Kyiv hospital after his release from Russian captivity in late September.
Olena Lavrushko/Dmytro 'Orest' Kozatskyi pic.twitter.com/C681jJPOxj
Segundo o jornal ucraniano Pravda, Olena Lavrushko, irmã de Dianov, explicou que o irmão ficou ferido em Mariupol e não recebeu cuidados médicos enquanto estava em cativeiro. O soldado foi levado para um hospital militar, mas precisa de ganhar peso antes que os médicos o possam operar.
Sublinhe-se que, após a troca, Kyrylo Budanov, chefe do departamento de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, denunciou que muitos dos ucranianos entregues a Kyiv por Moscovo foram “brutalmente torturados” durante o cativeiro.
Budanov adiantou que também havia pessoas cuja condição física era “mais ou menos normal”, apesar da “desnutrição crónica devido às más condições prisionais”.
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