União Interparlamentar quer ampliar apoio ao parlamento timorense

O presidente da União Interparlamentar (UIP), Duarte Pacheco, disse hoje que a organização quer ampliar o seu apoio e colaboração com o Parlamento Nacional timorense, para ajudar a consolidar a instituição, que cumpriu em maio 20 anos.

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Lusa
03/10/2022 14:53 ‧ 03/10/2022 por Lusa

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Timor

"A UIP já deu contributos muito fortes no início da instalação do Parlamento Nacional, incluindo ações de formação, técnicos que vieram para Timor com o apoio da UIP, e parlamentares timorenses beneficiaram de várias iniciativas para a sua capacitação com o que é fundamental para o desempenho da sua função de deputados", explicou à Lusa, em Díli.

"Queremos ver o que podemos fazer mais para fortalecer a democracia e o Parlamento em Timor. As reuniões amanhã com responsáveis do PN são para ver o que podemos fazer para fortalecer essa cooperação", notou o deputado português.

Duarte Pacheco, que chegou hoje a Díli, disse que a viagem permite igualmente agradecer o apoio à sua eleição -- a par do apoio dado pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa -, que permitiu eleger o primeiro português na presidência da UIP, que tem 133 anos de história e reúne parlamentos de 178 países.

"A UIP (...) nunca tinha tido um português à sua frente e isso aconteceu também com o apoio da CPLP, que provou que cada um de nós sozinho vale pouco, mas unidos podemos conseguir muito mais", disse.

A UIP, enfatizou, quer "estar próxima dos parlamentares e dos parlamentos", analisando eventuais necessidades de apoios técnicos e materiais e, ao mesmo tempo promover a interligação dessa rede parlamentar mundial.

Como exemplo, cita o caso do Parlamento da Índia que reserva em algumas formações e iniciativas uma quota para a UIP e, assim, "com lugares abertos a parlamentares de qualquer ponto do mundo".

Paralelamente, disse, é uma oportunidade de procurar mobilizar esses parlamentos para que intervenha, noutros fóruns, sobre "temas ou preocupações" que as autoridades dos parlamentos nacionais possam ter.

E em concreto cita o caso das preocupações dos parlamentares de Moçambique "relativamente ao terrorismo em Cabo Delgado", assunto que nota ter-se afastado das primeiras páginas.

"Parece que o problema já não existe. Mas existe e se calhar está ainda pior do que antes. E pediram para nos vários fóruns fazer esta referência. Porque quando o assunto era mediático, tinham apoio, mas quando desapareceu das primeiras páginas, deixou de haver tanto apoio", notou.

Historicamente, Duarte Pacheco recordou ainda o "grande orgulho" pelo facto de a Assembleia da República ter manifestado sempre "um apoio unânime" durante a luta pela independência de Timor-Leste, e "um orgulho ainda maior" por esse apoio ser "unânime na sociedade portuguesa".

O deputado comparou o apoio na sociedade portuguesa a Timor-Leste com o apoio dado à Ucrânia, apesar de não haver unanimidade no parlamento.

Agora, disse, no caso de Timor-Leste, importa não deixar cair a cooperação no esquecimento, já que instituições como o Parlamento Nacional "continuarão a precisar de apoio para se consolidarem e para que processo de desenvolvimento aconteça".

Se esse desenvolvimento não acontecer, disse, a "frustração vem ao de cima e se vier ao de cima pode haver retrocessos".

Duarte Pacheco mostrou-se confiante que o apoio continuado da Assembleia da República a Timor-Leste se manterá e disse que há espaço para outras áreas de apoio, com o envolvimento de outros parceiros, noutras áreas.

Como exemplo, referiu os esforços para preservação do património de origem portuguesa em Timor-Leste onde o Estado, disse, "não tem vindo a intervir".

Duarte Pacheco já se reuniu hoje com o Presidente da República, dirigindo depois uma palestra destinada aos estudantes da área de Relações Internacionais das universidades em Díli e subordinado ao tema "Paz, Multilateralismo e Género".

Na terça-feira, estão previstos encontros com a equipa do g7+, com o presidente do Parlamento -- onde acompanhará a sessão plenária e participará no lançamento do "Livro de Debates sobre a Constituição da República Democrática de Timor-Leste".

Haverá ainda encontros com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Adaljiza Magno.

Duarte Pacheco parte de Díli na quarta-feira.

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