O atirador que levou a cabo um tiroteio numa escola Secundária em Parkland, nos Estados Unidos (EUA), em 2018, contou a um psicólogo que a data não foi escolhido ao acaso.
De acordo com a Associated Press, Nikolas Cruz escolheu o 14 de fevereiro, Dia dos Namorados, porque queria estragar a data comemorativa para todos os que estivessem associados à escola.
"Ninguém me ia amar", confessou, num vídeo enquanto era analisado. "Não gostava do Dia dos Namorados e queria estragá-lo para todas as pessoas", acrescentou.
As declarações foram gravadas numa das sessões com Cruz, que matou 17 pessoas nesse dia, na esperança de que pudessem provar que o massacre não foi motivado por um distúrbio mental, mas sim por uma escolha.
As imagens foram mostradas aos jurados pelos procuradores, que querem que o Cruz, agora com 24 anos, seja condenado à pena de morte. Caso haja um dos 12 jurados que não concorde com pena de morte, o jovem será condenado a pena de prisão perpétua sem possibilidade liberdade condicional.
Os advogados de defesa do jovem, que o ano passado se declarou culpado pelo massacre, um dos mais mortíferos dos EUA, alegam que os problemas com o álcool que a mãe do suspeito tinha quando estava grávida fizeram com que este ficasse com um transtorno do espetro alcoólico. De acordo com estes responsáveis, esta situação terá levado a que o jovem tenha tido episódios de violência bizarros, que resultaram neste massacre.
Robert Denney foi o responsável por entrevistar Cruz, e já testemunhou sobre este caso. Na quinta-feira, reiterou que o suspeito terá distúrbios de personalidade, alegando mesmo que este é um sociopata.
Denney disse ainda que Cruz estava consciente da realidade e que conseguia controlar as suas ações.
Outros episódios de violência já foram confessados por Cruz, nomeadamente, com torturas a lagartos enquanto era criança.. "Queimei, torturei e tirei-lhes a pele enquanto estavam vivos - e matei-os", confessou, explicando que depois brincava com os cadáveres ou "que os comia".
Nikolas Cruz, de 19 anos, matou a tiro 17 pessoas. O tiroteio abriu um debate sobre a posse de armas na América, com o presidente na altura, Donald Trump, a manifestar a intenção de dar armas aos professores para prevenir mais incidentes nas escolas, dizendo que a medida abrangeria docentes com "treino especial" e "solucionaria o problema instantaneamente".
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