Biden não crê que Putin use armas nucleares, mas chama-o "irresponsável"
Ainda que acredite que o líder russo é racional, o chefe de Estado norte-americano considera que as intenções de Vladimir Putin na Ucrânia são "ridículas".
© Drew Angerer/Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O presidente norte-americano, Joe Biden, não crê que o homólogo russo, Vladimir Putin, venha a fazer uso do arsenal nuclear de Moscovo durante a guerra na Ucrânia, considerando-o, contudo, "irresponsável" por mencionar esse tipo de armas.
“Acho que não o vai fazer”, disse, em declarações à CNN, quando questionado se Putin poderá transformar o conflito com a Ucrânia numa guerra nuclear.
“Mas penso que é irresponsável falar disso. A ideia de um líder mundial, de uma das maiores potências nucleares do mundo, dizer que poderá usar uma arma nuclear tática na Ucrânia, poderá ter um resultado horrível”, complementou, escusando-se a revelar as linhas vermelhas dos Estados Unidos e da NATO em caso de ataque nuclear.
Ainda que acredite que o líder russo é racional, Biden atirou também que as intenções de Putin na Ucrânia são “ridículas”.
Without detailing specifics, President Biden says contingencies have been gamed out should Russia use a tactical nuclear weapon in Ukraine https://t.co/EiwMxTbhRL pic.twitter.com/N7cSo3vjOx
— CNN Politics (@CNNPolitics) October 12, 2022
“Ouçam o que ele diz. Se ouvirem o discurso que fez depois da decisão, ele mencionou que necessitava de ser o líder da Rússia que unificaria todos os falantes de russo. Quer dizer, acho que é irracional”, disse, acrescentando que Putin pensou que seria “recebido de braços abertos”
Nessa linha, o chefe de Estado norte-americano considerou que Putin terá calculado “muito mal” a invasão à Ucrânia, tendo desvalorizado a capacidade deste povo de enfrentar Moscovo.
Além disso, Biden avançou que haverá consequências para a Arábia Saudita, que se aliou à Rússia no corte de produção de petróleo, o que poderá fazer com que os preços do gás disparem. A relação dos Estados Unidos com o país será, assim, repensada.
Por outro lado, o chefe de Estado recusou ter qualquer intenção de se encontrar com o homólogo russo na próxima cimeira do G20, em novembro.
"Não pretendo reunir-me com ele. Mas se, por exemplo, me dissesse: 'Quero falar sobre Griner', encontrar-me-ia com ele. O que quero dizer é que depende", disse o democrata.
Em agosto, um tribunal russo condenou a estrela do basquetebol feminino norte-americano Brittney Griner a nove anos de prisão por tráfico de droga.
Griner foi detida em 17 de fevereiro, num aeroporto em Moscovo, depois de terem sido encontrados óleos canabinoides, vaporizadores e outros produtos na bagagem, segundo as autoridades russas.
Biden sublinhou, no entanto, que se recusaria a "negociar seja o que for com a Rússia, tendo com base" qualquer pretensão russa a ficar "com parte da Ucrânia".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Leia Também: Biden diz não ter "intenção" de se reunir com Putin na cimeira do G20
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