A polícia israelita disse ter chamado reservistas da unidade da guarda-fronteiriça para "garantir a ordem" dentro e em torno da cidade, depois de ter detido entre quarta-feira e hoje "23 suspeitos" por "perturbação da ordem pública, lançamento de pedras e de 'cocktails' Molotov e ataques a agentes policiais".
Os palestinianos realizaram na quarta-feira greves e manifestações em Jerusalém oriental e na Cisjordânia, territórios ocupados por Israel desde 1967, para protestar contra medidas israelitas impostas na sequência da morte de dois soldados.
O exército e a polícia israelitas iniciaram uma "caça ao homem" para encontrar o autor do ataque que matou uma mulher soldado no sábado no posto de controlo de Chuafat, um campo de refugiados em Jerusalém oriental, cercado nos últimos dias pelas forças israelitas.
Registaram-se confrontos entre os agentes fortemente armados e cidadãos palestinianos que lhes atiraram pedras.
Segundo um porta-voz da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), Kazem Abu Khalaf, o reforço do controlo das entradas no campo e a violência causaram o encerramento das escolas e dos centros de saúde geridos pela organização.
"A situação no terreno é verdadeiramente tensa", disse Khalaf, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Ocorreram igualmente confrontos na quarta-feira nos bairros de Issawiya e de Silwan, e dois polícias sofreram ferimentos ligeiros, segundo a polícia.
O primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, afirmou hoje que "as forças de segurança continuarão mobilizadas enquanto os terroristas e aqueles que os enviaram não forem detidos", segundo um comunicado do seu gabinete.
Na terça-feira, outro soldado israelita tinha sido morto perto de Nablus, no norte da Cisjordânia, território palestiniano ocupado que é palco de violência há vários meses.
Confrontos entre habitantes da localidade de Huwara (norte) e colonos israelitas fizeram hoje uma dezena de feridos do lado palestiniano, segundo o Crescente Vermelho palestiniano. Outros distúrbios ocorreram na aldeia de Kafr Dan, perto de Jenin, fazendo dois feridos palestinianos, de acordo com a mesma fonte.
O exército indicou ter detido seis pessoas procuradas por "atividades terroristas" na Cisjordânia, território onde vivem 2,9 milhões de palestinianos e cerca de 475.000 colonos israelitas, em colonatos considerados ilegais à luz do Direito internacional.
Após os ataques mortais contra israelitas de março e abril, o exército israelita intensificou as suas operações naquele território.
Esses ataques, muitas vezes intercalados com confrontos com a população palestiniana, fizeram mais de uma centena de mortos do lado palestiniano, ou seja, o maior número de mortos na Cisjordânia em quase sete anos, segundo a ONU.
Na quarta-feira, um palestiniano de 18 anos foi morto pelo exército durante distúrbios desencadeados no campo de refugiados de Al-Arub, perto de Hebron (sul), enquanto jovens protestavam contra as operações israelitas.
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