"Envolvimento desnecessário". Croácia rejeita treinar soldados ucranianos

O Presidente da Croácia, Zoran Milanovic, opôs-se hoje à possibilidade de o país treinar soldados ucranianos, após a União Europeia (UE) ter aprovado na segunda-feira um plano de formação militar em solo comunitário.

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Lusa
18/10/2022 21:39 ‧ 18/10/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O plano de treino da UE abrange até 15.000 militares da Ucrânia.

"Eu não apoio essa ideia, pois seria um envolvimento desnecessário da Croácia nesta guerra. Estamos certos e solidários, isso é suficiente. Como Comandante Supremo das Forças Armadas, não vou aprová-lo", disse Milanovic, segundo a emissora N1.

Contudo, reconheceu que ainda não há uma proposta oficial do Governo croata para treinar ucranianos.

O jornal croata Jutarnji publicou hoje, citando "fontes não oficiais", que o Governo conservador croata se ofereceu para participar na missão da UE para treinar até 15.000 militares ucranianos nos próximos dois anos.

De acordo com aquele órgão de comunicação social, os instrutores militares de resgate, engenharia e combate seriam treinados na Croácia.

A Croácia também se ofereceu para formar várias equipas móveis de instrutores que treinariam soldados de infantaria e artilharia ucranianos "fora" do país, diz o Jutarnji, acrescentado que ainda não há planos concretos.

Milanovic, que era candidato social-democrata nas eleições de 2020, expressou repetidamente posições antigovernamentais sobre a guerra na Ucrânia, a ponto de o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, até compará-lo com um "porta-voz de Putin".

O cargo do chefe de Estado na Croácia é representativo e protocolar, mas também é o Comandante Supremo das Forças Armadas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ucranianos e iranianos protestam contra fornecimento de armas à Rússia

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