A campanha ocorre quase duas semanas após um golpe liderado em 30 de setembro pelo capitão Ibrahim Traoré, cujo objetivo declarado é fortalecer a luta contra o terrorismo.
"As populações das vilas e aldeias são informadas de que em todo o território nacional terá lugar um recrutamento extraordinário de 3.000 militares para as forças armadas nacionais", lê-se no texto.
O recrutamento, que decorre entre 25 de outubro e 05 de dezembro, diz respeito apenas aos rapazes nascidos entre 01 de janeiro de 1992 e 31 de dezembro de 1998.
É a segunda vez este ano que o exército do Burkina Faso - que tem cerca de 30.000 efetivos - organiza tal recrutamento.
Em abril, 3.000 soldados, cuja idade não ultrapassava os 26 anos, já haviam sido incorporados.
Desde 2015 que as forças armadas são regularmente alvo de ataques de extremistas islâmicos, cada vez mais frequentes e mortais.
No sábado, pelo menos três soldados e oito auxiliares civis do exército foram mortos num ataque de alegados extremistas islâmicos no norte.
Em 26 de setembro, 37 pessoas, incluindo 27 soldados, foram mortas em Gaskindé, durante uma emboscada contra uma coluna de suprimentos que tentava chegar a Djibo, cidade sob bloqueio fundamentalista no norte do país, segundo o Estado-Maior do Exército.
Sem recursos, o exército burquinabê luta para conter esses ataques, atribuídos a movimentos fundamentalistas ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico que, inicialmente concentrados no norte, agora desenvolvem ações armadas noutras regiões do país, incluindo as do leste e noroeste.
Em 24 de janeiro, militares liderados pelo tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba derrubaram o Presidente Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não conseguir conter os ataques.
Mas a violência extremista não parou e perante a progressiva deterioração da situação, um novo golpe ocorreu em 30 de setembro, que levou Ibrahim Traoré ao poder, a fim de "reorientar a transição para emergências de segurança", segundo a junta militar.
Desde 2015, esses ataques custaram milhares de vidas e forçaram cerca de dois milhões de pessoas a fugir das suas áreas de residência.
Mais de 40% do território escapa ao controlo do Estado, em particular as que fazem fronteira com o Mali e o Níger.
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