Meloni terá como vice-PM líder da Liga e o 'número dois' do Força Itália

A líder dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, confirmou que o dirigente da Liga e o 'número dois' do Força Itália serão vice-primeiros-ministros no futuro Governo, no qual ocuparão também as pastas das Infraestruturas e Negócios Estrangeiros, respetivamente.

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Lusa
21/10/2022 18:15 ‧ 21/10/2022 por Lusa

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Itália

Matteo Salvini, da Liga, retomará o cargo de vice-primeiro-ministro já ocupado no executivo do primeiro-ministro Giuseppe Conte (2018-2019), que na altura acumulou com a pasta do Interior.

António Tajani, do Força Itália (FI), antigo presidente do Parlamento Europeu e europeísta encarregar-se-á também da diplomacia italiana.

Aceitou o cargo apesar das polémicas declarações do líder do seu partido, o três vezes primeiro-ministro e magnata da comunicação social Silvio Berlusconi, que esta semana reafirmou a sua amizade com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, obrigando Meloni a esclarecer que o seu Governo será aliado da Europa e da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

O partido de Berlusconi ficou, contudo, sem a pasta da Justiça, para a qual foi nomeado o ex-juiz Carlo Nordio, deputado pelos Irmãos de Itália (FdI) na atual legislatura.

No total, o Governo de Meloni terá 24 ministérios e um subsecretário da Presidência (Alfredo Mantovano), dos quais oito irão para o seu partido, quatro para a Liga e seis para a Força Itália, enquanto seis serão liderados por técnicos.

Giancarlo Giorgetti, europeísta e um dos membros mais moderados da Liga, fica com a importante pasta da Economia, um dos cargos-chave do novo Executivo.

O novo chefe da Economia vai ter que lidar com a crise energética e inflacionista desencadeada após a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, bem como continuar a aplicar o programa de distribuição dos 222.000 milhões de euros do Plano de Recuperação.

O responsável pelo Desenvolvimento Económico, Empresas e 'Made in Italy', é Adolfo Urdo, da FdI, enquanto a pasta de Transição Ecológica é de Paolo Zangrillo, da Força Itália.

Matteo Piantedosi, antigo presidente de câmara de Roma, foi o escolhido da Liga - apesar de não filiado no partido de Salvini - para o Ministério do Interior, pasta responsável pelas políticas migratórias e de segurança.

Na Educação, o escolhido foi Giuseppe Valditara, de 61 anos, que apesar de estar na lista do Irmãos de Itália, tem sido assessor de Salvini.

Um dos fundadores históricos da Liga e coordenador do partido, Roberto Calderoli, 66 anos, vai tratar dos Assuntos Regionais.

À frente do Trabalho estará uma mulher, a independente Marina Elvira Calderone, amiga de Meloni, enquanto com a pasta das Universidades e Investigação estará Anna María Bernini, ex-ministra e 'braço direito' de Berlusconi.

O ministro da Saúde é o médico Orazio Schillaci, reitor da Universidade de Tor Vergata, outra posição para a qual Meloni escolheu um tecnocrata depois de criticar duramente a gestão da pandemia feita pelos anteriores Executivos.

Na Cultura, foi nomeado o jornalista Gennaro Sangiuliano, diretor de vários programas noticiosos da emissora pública Rai, enquanto o Turismo vai para Daniela Santanché, política, mas também conhecida pela sua discoteca na Costa Smeralda da Sardenha e as festas na ilha.

Meloni falou à imprensa pouco depois de apresentar ao Presidente da República italiano, Sergio Mattarella, a lista de ministros já completa do Governo que este a encarregou de formar.

O novo executivo tomará posse no sábado de manhã, como foi já anunciado pelo palácio do Quirinal, sede da Presidência da República de Itália.

O FdI foi em 2021 o único partido de oposição ao Governo de Unidade Nacional do primeiro-ministro cessante, Mario Draghi.

A líder dos FdI é próxima de partidos extrema-direita europeus, como o espanhol Vox, e é admiradora do Presidente da Hungria, o ultraconservador Victor Órban.

Em 10 de agosto, em plena campanha eleitoral, Meloni publicou um vídeo em inglês, francês e espanhol para se distanciar do fascismo.

"A direita italiana relegou o fascismo à História há décadas, condenando inequivocamente a privação da democracia e as infames leis antijudaicas. E, obviamente, também é inequívoca a nossa condenação do regime nazi e do comunismo", declarou.

Meloni considera importante uma Europa voltada para os valores cristãos. Apoia a "família natural", é muito crítica da ideologia de género, mostra-se contrária ao que classifica do 'lobby gay', condena o aborto, deseja maior segurança das fronteiras europeias, é contra a migração em massa e contra a violência islâmica.

[Notícia atualizada às 19h22]

Leia Também: Giorgia Meloni, de infância difícil à chefia de um Governo

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