Manifestações contra governo do Irão fazem vários mortos

Várias pessoas foram hoje presas no Irão no seguimento das manifestações na capital, em protesto contra a morte de uma jovem depois de ser detida pela polícia dos Costumes por ter violado o código de vestuário islâmico.

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© CHRISTOPHE ARCHAMBAULT/AFP via Getty Images

Lusa
22/10/2022 17:33 ‧ 22/10/2022 por Lusa

Mundo

Irão

 

Mahsa Amini, de 22 anos, foi detida a 13 de setembro e morreu três dias depois de ter sido presa em Teerão pela Polícia dos Costumes por alegadamente ter violado o rigoroso código de vestuário da República Islâmica, onde os véus são obrigatórios para todas as mulheres em espaços públicos, o que desencadeou um conjunto de manifestações e uma onda de indignação internacional.

As autoridades iranianas responderam com violência aos protestos, onde muitas mulheres participaram sem o véu e entoaram slogans contra o governo, de acordo com a agência francesa de notícias France-Presse (AFP), que dá conta da dificuldade de avaliar o número de participantes e de detidos devido à imposição de restrições à utilização da internet.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes mas também membros das forças de segurança, foram mortas durante os protestos e há centenas de pessoas, incluindo mulheres, que foram presas, diz a AFP, sem apresentar números concretos.

Segundo o governo do Irão, os protestos, que incluem também o fecho de vários estabelecimentos, está a ser orquestrado pelos Estados Unidos.

"Os americanos continuam a trocar mensagens connosco, mas estão a tentar agitar" o movimento de protesto, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, durante uma visita à Arménia, num vídeo divulgado hoje pelo seu ministério.

Os Estados Unidos "estão a tentar exercer pressão política e psicológica sobre o Irão para obter concessões nas negociações nucleares", acrescentou, referindo-se às conversações indiretas entre Teerão e Washington, mediadas pela União Europeia.

Leia Também: Irão condena pedido de investigação sobre uso dos seus drones na Ucrânia

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