A campanha de boicote espalhou-se tanto entre palestinianos nos territórios ocupados como entre os que têm cidadania israelita, que divulgaram vários vídeos nas redes sociais desde ontem.
A isto soma-se um 'fatwa' (decreto religioso) emitido por Mahmud Habbash, juiz supremo dos tribunais da Sharia (lei islâmica) da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e conselheiro do presidente palestiniano em assuntos religiosos.
De acordo com a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, Habbash pediu um "boicote aos produtos da Zara a nível global até que a empresa cancele o contrato com o seu operador em Israel".
Além disso, apelou a que as autoridades islâmicas a nível global se unam ao boicote.
Por outro lado, o Ministério da Economia da ANP anunciou hoje que irá exigir a prestação de contas à Zara e que irá enviar uma carta formal à sede da empresa para esclarecer a sua posição sobre o assunto.
A campanha de boicote teve início após ter vindo a público que Joey Schwebel, cuja empresa opera o 'franchising' da Zara e outras marcas do grupo Inditex em Israel, organizou esta semana uma reunião política em sua casa com Ben Gvir, deputado do Partido Religioso Sionista e ultranacionalista.
Ben Gvir é conhecido pela retórica violenta contra os palestinianos e entre as propostas inclui-se a revogação da cidadania ou a deportação daqueles cidadãos que não demonstram lealdade ao Estado de Israel.
Os meios de comunicação israelitas citam um comunicado de Schwebel, indicando que não iria comentar assuntos particulares, e outro do partido de Ben Gvir, que não negou a reunião e enfatizou que "não existe qualquer problema em uma pessoa em Israel hospedar na sua casa uma reunião democrática com membros do terceiro maior partido em intenção de voto".
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