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Ucrânia. Embaló é 1.º líder africano a "ouvir a verdade sobre a situação"

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje que o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, é o primeiro líder africano a visitar o país e a "ouvir a verdade sobre a situação".

Ucrânia. Embaló é 1.º líder africano a "ouvir a verdade sobre a situação"
Notícias ao Minuto

18:48 - 26/10/22 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

o primeiro líder de um país africano que visita a Ucrânia desde 24 de fevereiro e tem a oportunidade de ouvir a verdade sobre a situação no nosso país e que está a ter influência em todos os outros países do mundo", afirmou o Presidente ucraniano, que falava após um encontro com Umaro Sissoco Embaló, que se deslocou à Rússia e à Ucrânia, enquanto presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com uma "mensagem de paz".

O Presidente ucraniano destacou que a "guerra criminosa desencadeada pela Rússia" piorou as condições sociais e políticas em muitos países.

"Milhões de pessoas na Ásia, África e Europa estão numa situação mais difícil devido à agressão russa", disse, pedindo a união de todos os "líderes conscientes" do mundo para fazer face à ameaça à "segurança comum", que disse ter surgido devido à invasão russa.

Zelensky agradeceu também à Guiné-Bissau o voto na Assembleia Geral das Nações Unidas da resolução que condena a tentativa de anexação da Ucrânia e assegurou que o seu país pode garantir a segurança alimentar.

"Assegurei ao Presidente que a Ucrânia pode continuar a garantir a alimentação e, portanto, a segurança social e política a países parceiros", disse Zelensky, sublinhando a necessidade de se fazer tudo para evitar que a Rússia interrompa a exportação de alimentos pelo seu país para evitar um aumento dos preços, que terá impacto na vida de milhões de pessoas.

O líder ucraniano defendeu também a necessidade de desenvolver relações de cooperação com os países do continente africano, considerando que há possibilidade para a realização de uma cimeira Ucrânia/África no seu país e potenciar a cooperação com a CEDEAO.

Por sua vez, Umaro Sissoco Embaló defendeu a necessidade de um "diálogo direto" entre a Rússia e a Ucrânia, "dois países irmãos", sublinhando que África precisa de produtos alimentares e fertilizantes, mas que também "precisa e quer reaproximar os dois países para que encontrem verdadeiramente um caminho para a paz".

O Presidente guineense disse também que vai pedir à Rússia para libertar os 182 barcos ucranianos que "estão sob custódia russa".

"É verdade que sou o primeiro presidente africano a vir aqui desde o início da guerra, mas asseguro-lhe que eu sou o porta-voz de todo o continente africano que está preocupado com a estabilidade na vossa região", afirmou Sissoco Embaló.

O Presidente guineense disse que na segunda-feira teve uma longa conversa com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que afirmou que o encontro entre as delegações russa e ucraniana na Turquia "correu bem".

"Mas, vamos encontrar uma forma porque a África prefere que encontrem um mecanismo para a paz. Hoje fiz umas visitas e fiquei chocado com a destruição que vi e as valas comuns que me foram apresentadas em algumas zonas. Vi a intensidade dos bombardeamentos. Para vos dizer, francamente, é triste esta situação", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Presidente da Guiné-Bissau apela ao diálogo em visita a Putin em Moscovo

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