Elon Musk quer evitar que Twitter se torne "um lugar infernal"

O empresário Elon Musk, que se prepara para concluir a compra do Twitter, procurou tranquilizar os anunciantes esta quinta-feira, ao assegurar que quer permitir todas as formas de expressões na rede social sem a tornar numa plataforma "infernal".

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Lusa
28/10/2022 06:52 ‧ 28/10/2022 por Lusa

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É "importante para o futuro da civilização ter uma praça pública 'online' onde uma grande variedade de opiniões pode debater de forma saudável, sem recorrer à violência", sublinhou o dono da Tesla, numa mensagem dirigida especificamente às empresas que compram publicidade na rede social.

"Dito isso, o Twitter obviamente não pode ser um lugar infernal aberto a todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências", acrescentou.

A compra do Twitter pelo bilionário ainda não está oficialmente concluída, mas há vários sinais de que o negócio está em andamento e que, salvo mais uma reviravolta, a saga de meses entre o empresário e a rede social deve chegar ao fim.

Esta quarta-feira, Elon Musk entrou na sede daquela rede social em São Francisco, nos Estados Unidos, com uma pia.

Numa publicação no Twitter, o filantropo que tem três nacionalidades diferentes (sul-africano, canadiano e norte-americano) escreveu: "Entering Twitter HQ - let that sink in!", que em português traduz-se para algo como "A entrar na sede do Twitter -- reflitam".

O empresário também mudou o seu perfil no Twitter, referindo-se como "Chief Twit", sendo que em inglês "twit" significa "idiota", e mudou a sua localização para a sede da rede social em São Francisco, dando indícios da conclusão do negócio.

Segundo o Wall Street Journal, os bancos participantes no financiamento da operação começaram a enviar o dinheiro.

Além disso, a Bolsa de Valores de Nova Iorque, onde o Twitter está listado, referiu num aviso que as ações da plataforma foram suspensas antes da abertura das negociações na sexta-feira.

O acordo de 44 mil milhões dólares (cerca de 43,6 mil milhões de euros) de Musk para tornar a rede social sua propriedade tem prazo até hoje, definido pelo Tribunal de Delaware no início de outubro.

Caso contrário, irá ocorrer um julgamento entre as partes em novembro.

Este negócio arrasta-se desde o anúncio, no final de abril, de uma oferta de aquisição por parte de Elon Musk, aceite com relutância pelo Twitter.

O empresário tentou sair unilateralmente no início de julho, acusando a empresa de ter mentido, mas a rede social avançou com uma ação judicial.

Poucos dias antes da abertura de um processo que o Twitter parecia a caminho de vencer, Elon Musk ofereceu-se para concluir a transação pelo preço inicialmente acordado.

Acérrimo defensor da liberdade de expressão, o empresário já manifestou vontade em flexibilizar a moderação de conteúdos, reacendendo preocupações sobre um possível ressurgimento de abusos e desinformação na plataforma.

Como exemplo, Musk abriu as portas para o regresso de Donald Trump, expulso do Twitter logo após o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021.

Esta posição desencorajou os anunciantes, que muitas vezes procuram conteúdo consensual. Em 2021, as receitas publicitárias da empresa, que representaram cerca de 90% do volume de negócios, já caíram significativamente, entre a incerteza em torno da aquisição, o abrandamento da economia e as mudanças feitas pela Apple.

Há um "grande perigo" de crescente polarização nas redes sociais com a proeminência de conteúdo de extrema-direita e extrema-esquerda, apontou.

"Além de respeitar as leis, a nossa plataforma deve ser calorosa e acolhedora para todos", sublinhou o empresário aos anunciantes.

Leia Também: Empresário Elon Musk toma controlo do Twitter e afasta diretores

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