Esmagamento em Seul podia ter sido evitado? Especialista explica que sim
De acordo com o Metro de Seul, cerca de 81 mil pessoas saíram nessa zona antes da tragédia acontecer - quase quatro vezes mais pessoas do que na semana passada (23.800), e mais do que o dobro no dia anterior (35.950).
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Mundo Coreia do Sul
Vários especialistas sul-coreanos consideraram que o esmagamento que causou, pelo menos, 154 mortos no último sábado, em Seul, poderia ter sido evitado pelas autoridades ou, pelo menos, ter tido consequências menos graves.
De acordo com um especialista, citado pela Reuters, as festividades em causa - que aconteceram sem restrições devido à Covid-19 pela primeira vez -, não tinham uma entidade central organizadora, o que significa que não foi solicitado às autoridades governamentais que estabelecessem ou impusessem protocolos de segurança.
"Só porque não é um 'festival', não significa que tenha que haver alguma diferença em termos de gestão de risco'", explicou um dos professores da Universidade da Coreia do Sul. "Como não houve nenhuma autoridade, cada departamento fez aquilo que está preparado para fazer - os bombeiros prepararam-se para incêndidos e polícia para o crime", referiu Paek Seung-joo.
A Coreia do Sul tem um manual de instruções para festivais que possam atrair mais de mil pessoas pessoas, que propõe que haja um organizador responsável pelo planeamento da segurança e pela solicitação de recursos governamentais.
O especialista sul-coreano sublinhou ainda que é necessário haver um "sistema no qual o governo local tome as rédeas e coopere com as autoridades, preparando-se para o pior".
De acordo com a Reuters, cerca de 100 mil pessoas encontravam-se na zona de Itaewon, em Seul, onde as festividades ocorreram em ruas e becos estreitos, onde as lojas continuavam abertas para os negócios. De acordo com o Metro de Seul, cerca de 81 mil pessoas saíram nessa zona antes da tragédia acontecer - quase quatro vezes mais pessoas do que na semana passada (23.800), e mais do que o dobro no dia anterior (35.950).
Ainda segundo um comunicado da câmara de Seul, citado pela Reuters, havia 137 polícias em Itaewon na altura desta tragédia. No mesmo dia, quatro mil agentes tinham sido destacados para manifestações de sindicatos e de apoio ao presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que levou também milhares de pessoas a uma zona mais central da capital do país.
"Não é apropriado tirar conclusões apressadas antes de a causa exata ter sido determinada - quer [este acontecimento] tenha sido causado pela falta de polícia ou mesmo que tenhamos que mudar algo sobre a forma de atuação nestes encontros", disse o ministro do Interior e da Segurança, Safety Lee Sang-min, esta segunda-feira.
Enquanto no sábado havia milhares de pessoas nas ruas estreitas dessa zona sul-coreana, os negócios continuavam a acontecer.
Há duas semanas, um festival na zona, o Festival Global de Itaewon, 'vestiu' os manifestantes de coletes amarelos, por forma a indicar o fluxo do ajuntamento. Também a circulação de trânsito estava interdita.
"Temos que aprender com esta tragédia a preparar-nos para o risco de desastre", explicou o professor universitário à Reuters.
A Coreia do Sul vai observar luto nacional ao longo desta semana. Muitos eventos foram cancelados, estando as bandeiras a meia-haste em todo o país.
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