A família de Gabby Petito interpôs um processo contra a polícia de Moab, do estado norte-americano do Utah, por considerar que as autoridades foram negligentes na sua interação com a jovem de 22 anos, que viria a ser assassinada pelo noivo, Brian Laundrie, duas semanas depois.
“O objetivo do processo é honrar o legado de Gabby ao exigir responsabilização, caminhando para uma mudança sistémica para proteger as vítimas de violência doméstica e prevenir estas tragédias no futuro”, justificou o advogado James W. McConkie, citado pela CNN.
No processo, anunciado pela família em agosto deste ano, os agentes daquele departamento são acusados de não ter protegido Gabby durante a sua interação com o casal na sequência de uma denúncia por violência doméstica. Além disso, o departamento é acusado de não treinar os seus funcionários de forma adequada para lidar com estes casos.
“Nenhum dos quatro quer estar aqui. Desistiríamos num segundo se ela regressasse”, disse o pai da vítima, Joseph Petito, em conferência de imprensa, na quinta-feira.
“Sentimos que temos de envolver a justiça porque ela [Gabby] poderia ter sido protegida naquele dia”, complementou a mãe de Gabby, Nichole Schmidt, referindo que “existem leis para proteger as vítimas, essas leis não foram seguidas, e não queremos que isto aconteça a mais ninguém”.
A cidade de Moab, por sua vez, emitiu uma nota no mesmo dia, negando responsabilidade pela morte de Gabby e informando que refutará o processo.
“A morte de Gabrielle Petito, em Wyoming, é uma tragédia terrível, e sentimos profunda simpatia pelas famílias Petito e Schmidt pela dolorosa perda que sofreram. Ao mesmo tempo, está claro que os polícias do Departamento de Moab não são responsáveis pelo eventual assassinato de Gabrielle Petito”, diz a nota, acrescentando que as autoridades “agiram com bondade, respeito e empatia para com Petito” durante sua a interação.
“Os advogados da família Petito parecem sugerir que, de alguma forma, os nossos polícias poderiam prever o futuro com base nessa única interação. Na verdade, em 12 de agosto, ninguém poderia prever a tragédia que ocorreria semanas depois e a centenas de quilómetros de distância, e a cidade de Moab defender-se-á fervorosamente neste processo”, remata o comunicado.
Recorde-se que o corpo da jovem de 22 anos viria a ser encontrado no Parque Nacional de Grand Teton, no Wyoming, em 19 de setembro.
Segundo o médico legista, Gabby, que tinha sinais de estrangulamento, foi morta três a quatro semanas antes de ter sido encontrada, pelo que os pais da jovem acreditam que a filha foi assassinada no dia 27 de agosto.
O casal partiu numa viagem pelo país, em julho de 2021, para visitar os parques nacionais dos Estados Unidos. No entanto, Brian, de 23 anos, regressou à Flórida sozinho, no dia 1 de setembro, o que desencadeou uma busca desenfreada por Gabby, após o alerta da família, no dia 11 de setembro.
Também Brian acabou por desaparecer, sendo encontrado morto numa reserva natural daquele estado norte-americano, alegadamente por suicídio. Perto do local, as autoridades localizaram ainda um caderno em que o jovem confessava ser o responsável pela morte de Gabby, de quem estava noivo.
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