O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, respondeu, esta terça-feira, ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, que acusou a Ucrânia de recusar “categoricamente as negociações” e apresentar condições “irrealistas” para um acordo de paz.
Numa publicação na rede social Twitter, o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky dirigiu-se a Lavrov, a quem quis relembrar que “a Rússia é que invadiu a Ucrânia” e que a guerra se “continua apenas devido à manipulação pública”.
“Relembrando ao senhor Lavrov: A Rússia é que invadiu a Ucrânia. A Rússia invade as nossas cidades. A Rússia comete genocídio, destruindo infraestruturas energéticas”, começou por afirmar. E questionou: "Mas 'a Ucrânia está a arrastar o conflito'"?.
“A guerra continua apenas devido à manipulação pública de Lavrov e à falta de vontade de parar de assassinar”, frisou.
Reminding to Mr.Lavrov: RF is the one who invaded 🇺🇦. RF shells our cities. RF commits genocide destroying energy infrastructure. But "Ukraine is dragging out the conflict"? War still continues only because of Lavrov's public manipulation and unwillingness to stop murdering.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) November 15, 2022
Em causa está o facto de o ministro russo ter afirmado hoje que as condições de Kyiv para reiniciar as negociações de paz com Moscovo são “irrealistas”. “Disse novamente que todos os problemas estão com o lado ucraniano, que recusa categoricamente as negociações e apresenta condições que são obviamente irrealistas”, disse Lavrov aos jornalistas após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, à margem da cimeira do G20.
Na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mostrou-se disponível a negociar um acordo de paz se a Rússia aceitasse "negociações genuínas", que incluíam a restauração da "integridade territorial" da Ucrânia, "o respeito pela Carta da ONU, a compensação pela destruição, punição de todos os responsáveis por crimes de guerra e garantias de que [uma invasão] não volta a acontecer".
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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