Rússia dispara "cerca de 100 mísseis" contra a Ucrânia
Estas explosões podem ser os sistemas de defesa aérea da cidade a destruir mísseis, que estão a ser lançados pelas tropas russas.
© Ed Ram/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Esta terça-feira, a Rússia lançou “cerca de 100 mísseis” em diferentes cidades ucranianas. De acordo com o porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, os ataques de hoje visaram essencialmente a infraestrutura de energia em toda a Ucrânia.
"Cerca de 100 mísseis foram disparados (...) a partir do mar Cáspio, a região [russa] de Rostov", e também "a partir do mar Negro", indicou Iuri Ignat em direto na televisão ucraniana, citado pela CNN, precisando que "até agora, não se registou a utilização de 'drones' de ataque".
Esta tarde, o presidente da câmara de Kyiv, Vitaly Klitschko, revelou que pelo menos uma pessoa morreu hoje na capital da Ucrânia, na sequência dos bombardeamentos russos.
Este ataque a Kyiv atribuído ao exército de Moscovo surge alguns dias após a retirada das forças russas de Kherson, sul da Ucrânia, e em plena cimeira do G20, na Indonésia.
"A Rússia responde ao poderoso discurso de Volodymyr Zelensky no G20 com um novo ataque com mísseis. Alguém pensa seriamente que o Kremlin quer a paz? Pretendem obediência. Mas no final, os terroristas perdem sempre", denunciou, através da rede social Twitter, Andrii Iermak, chefe de gabinete da Presidência ucraniana.
Num breve vídeo difundido no Telegram por Kyrylo Tymochenko, chefe-adjunto da Presidência ucraniana, era visível uma parte de um edifício de cinco andares em chamas.
"O perigo não passou. Permaneçam nos abrigos", exortou o representante numa mensagem aos habitantes da capital.
O alerta antiaéreo foi acionado em todo o território ao início da tarde devido a possíveis ataques com mísseis.
Também as cidades ucranianas de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) foram hoje alvo de bombardeamentos russos, indicaram os respetivos presidentes da câmara.
Cortes de eletricidade de emergência ou em consequência dos bombardeamentos verificam-se, neste momento, em várias regiões da Ucrânia, segundo as autoridades locais.
Recorde-se que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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