O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, ecoou as palavras do chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerando, esta sexta-feira, que a "Crimeia é território da Ucrânia", argumentando que "a lei internacional é inexorável".
"A lei internacional é inexorável. A Crimeia é território da Ucrânia. Qualquer tentativa do ladrão russo de chamar 'alienação' ao regresso de um objeto ao dono ucraniano é legalmente nula. A Rússia vai perder ao se aperceber de que roubar territórios é uma ofensa criminal. Sem prescrição...", alertou, na rede social Twitter.
International law is inexorable: Crimea – territory of 🇺🇦. Any attempt of ru-thief to call the return of a stolen item to Ukrainian owner as "alienation" is legally void. Russia will lose to realize that stealing territories is a criminal offense. Without limitations statute...
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) November 25, 2022
A mais recente menção da libertação da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014, foi, também, proferida esta sexta-feira, pelo presidente ucraniano. Em entrevista ao Financial Times, Volodymyr Zelenksy reiterou que Kyiv pretende recuperar não só Donetsk e Lugansk, regiões que têm vindo a ser comandadas por separatistas russos, como também a Crimeia.
"Temos de reaver os nossos territórios... Acredito que o campo de batalha é o caminho quando não há diplomacia", considerou, salientando que compreende que "todos estejam confusos sobre o que vai acontecer à Crimeia”.
"Se alguém estiver disposto a oferecer-nos uma solução para reaver a Crimeia sem uso da força, sou a favor", salientou.
Contudo, o responsável foi taxativo: "Se a solução não incluir a Crimeia, não vale a pena desperdiçar tempo", disse, reforçando que a paz só chegará à Ucrânia se também a região da Crimeia regressar a mãos ucranianas.
De notar que a Rússia anunciou, a 18 de novembro, estar a construir fortificações na península da Crimeia, na sequência da ofensiva ucraniana na região Kherson. Dias mais tarde, a 22 de novembro, Moscovo disse estar em "alerta máximo", após um ataque levado a cabo pelas forças ucranianas em Sebastopol, na Crimeia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, segundo os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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