Rússia acusada de provocar nova "fome artificial" como o "Holodomor"
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, juntou-se hoje às autoridades ucranianas nas cerimónias que assinalam a catástrofe do "Holodomor" e culpou Moscovo de provocar, como há quase um século, uma "fome artificial" como resultado da invasão.
© Lusa
Mundo Mateusz Morawiecki
"Reunimo-nos na década de 1990, no aniversário do 'Holodomor', que foi criado artificialmente pelo regime comunista russo. Hoje, estamos prestes a assistir a outra fome artificial causada pela Rússia nos países da África e do sudeste Asiático", alertou.
Vários líderes europeus viajaram hoje até Kyiv para assinalar o "Holodomor", a fome causada por Estaline há 90 anos na Ucrânia, quando ordenou que as colheitas fossem confiscadas em nome da coletivização das terras, e que a Ucrânia considera um "genocídio".
Para o primeiro-ministro polaco, o bloqueio dos portos ucranianos pela Rússia, agora aberto graças ao acordo indireto alcançado entre Kyiv e Moscovo para a saída de cereais e fertilizantes, significaria o bloqueio de ajudas humanitárias.
"Só pode haver um resultado na guerra que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia: ou a Ucrânia vai ganhar, ou toda a Europa vai perder. A Europa viu a ameaça da Rússia demasiado tarde, por isso não podemos atrasar a ajuda à Ucrânia", declarou o chefe do Governo polaco.
Mateusz Morawiecki, que participou nas cerimónias acompanhado pelo primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmihal, e pela primeira-ministra lituana, Ingrida Simontye, membros da agência trilateral de cooperação do Triângulo de Lublin, disse que a guerra terminará quando "a Ucrânia recuperar todas as casas, todas as escolas, todos os hospitais, todas as pontes e estradas".
"A Polónia e a Lituânia apoiarão a Ucrânia enquanto for necessário", referiu, em declarações recolhidas pela Ukrinform.
O "Holodomor", que significa em ucraniano extermínio pela fome, foi cometido pelo regime estalinista na Ucrânia soviética, sendo também designado como "A Grande Fome" ou "A Fome-Terror", e provocou cerca 3,5 milhões de vítimas entre 1932 e 1933.
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