O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu, esta segunda-feira, que o teto máximo para o preço do petróleo russo defendido pela União Europeia, G7 (grupo dos sete países mais industrializados) e Austrália “não afetará” a “operação militar” na Ucrânia.
"A resposta está a ser preparada. É evidente que uma coisa está clara: não vamos reconhecer limite algum", disse, na sua conferência de imprensa diária telefone.
Peskov acrescentou que tanto o limite de preço quanto o embargo europeu ao fornecimento de petróleo russo por navio, que também entrou em vigor hoje, mudarão o mercado.
"É evidente e indiscutível que a adoção dessas decisões é um passo para a desestabilização do mercado energético mundial", enfatizou o porta-voz.
O responsável russo referiu ainda que todos os países se devem preparar para novos aumentos de preços.
“A economia da Federação Russa tem a capacidade necessária para responder a todas as necessidades e exigências da operação militar especial. Estas medidas não afetarão isso”, defendeu.
O porta-voz da Presidência russa sublinhou que as sanções impostas à Rússia "não afetam criticamente" o país e que "a economia adaptou-se".
"Certos problemas surgem naturalmente devido às sanções (...). Os especialistas veem perfeitamente o processo de adaptação da economia russa a essas condições, negar isso seria pouco profissional", acrescentou.
Na sexta-feira, os países da UE acordaram estabelecer um teto máximo para o preço do petróleo russo em 60 dólares (cerca de 57 euros) por barril, uma medida que se insere num pacote de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia. A medida foi também subscrita pelo G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e Austrália.
O acordo define ainda que se o preço ficar abaixo dos 60 dólares, o limite será atualizado menos 5% do valor em causa.
#UPDATE The Kremlin said Monday that a $60 price cap on Russian oil exports agreed by the EU, G7 and Australia will not affect Moscow's military campaign in Ukraine pic.twitter.com/wio61P60uC
— AFP News Agency (@AFP) December 5, 2022
Como retaliação, o embaixador russo junto das instituições internacionais afirmou que a Rússia vai deixar de fornecer petróleo à Europa este ano. "A partir deste ano, a Europa viverá sem petróleo russo. Moscovo já deixou claro que não fornecerá petróleo aos países que apoiam um teto máximo", afirmou Mikhail Ulyanov.
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