"Estamos a mover pessoas [funcionários] da linha ocidental para a linha oriental, para a linha asiática", disse Lavrov durante um fórum internacional na capital russa.
Antes do final do ano, adiantou, será realizada uma reunião colegial dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Económico para abordar em pormenor esta questão.
O chefe da diplomacia explicou que se trata de coordenar o trabalho das embaixadas, câmaras de comércio e representações das principais corporações estatais russas para redirecionar as suas atividades para o continente asiático.
A importância desta coordenação amplificou-se este ano, admitiu Lavrov, que fez várias viagens nos últimos meses a países asiáticos, árabes e africanos.
As relações com a América Latina, áfrica e o espaço pós-soviético também continuam a ser uma prioridade para Moscovo, realçou Seguei Lavrov.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse, após a imposição de sanções a Moscovo devido à intervenção militar na Ucrânia, que os países ocidentais já não são de confiança, e instou as instituições e empresas do país a procurarem novos parceiros noutros continentes.
Na segunda-feira, os primeiros-ministros da China, Li Kekiang, e da Rússia, Mikhail Mishustin, defenderam, numa reunião à distância, o aumento do comércio bilateral para 200.000 milhões de dólares ano (cerca de 190.600 milhões de euros).
"O lado chinês está disposto, juntamente com os seus parceiros russos, a continuar a aprofundar a cooperação em larga escala para o bem dos nossos povos, a paz no planeta, a estabilidade regional, o desenvolvimento de todos os Estados", declarou Li durante a reunião telemática.
O primeiro-ministro russo adiantou que nos primeiros dez meses deste ano as trocas comerciais entre os dois países cresceram cerca de 33% e estão perto de 150.000 milhões de dólares.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro que ainda perdura, condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu, com destaque para a UE e os Estados Unidos, com apoio político, militar, humanitário e financeiro a Kiev e a imposição a Moscovo de sanções económicas e políticas sem precedentes.
Desde então, Moscovo tem desenvolvido esforços para redirecionar a sua política económica para os países orientais, com destaque para a China.
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