Covid-19. China deixa de rastrear viagens devido a relaxamento de medidas

A China anunciou hoje o fim do uso de uma aplicação que rastreia as deslocações do utilizador, numa altura em que está rapidamente a desmantelar a estratégia 'zero covid', que gerou forte descontentamento popular.

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© Reuters

Lusa
12/12/2022 08:10 ‧ 12/12/2022 por Lusa

Mundo

Covid-19

A partir da meia-noite de hoje, a 'app', designada "Registo do Itinerário", vai deixar de funcionar, o que significa que as viagens dos residentes vão deixar de ser rastreadas.

A aplicação limitava as deslocações internas no país. Quem tivesse no registo zonas de médio e alto risco era obrigado a cumprir um período de quarentena ao chegar a outra cidade.

Esta aplicação faz parte de um conjunto destas ferramentas criadas no âmbito da estratégia chinesa de 'zero casos' de covid-19. Cada cidade e província têm também um código de saúde próprio, uma aplicação que regista o resultado dos testes PCR e é usada para aceder a locais públicos ou residenciais.

O utilizador deve primeiro digitalizar o código QR, uma versão bidimensional do código de barras, colocado na entrada de todos os edifícios, assim como nos transportes públicos ou táxis.

Várias cidades estão também a abdicar da utilização daquele código.

O Governo chinês anunciou, na semana passada, o fim de várias das medidas mais restritivas de prevenção contra a covid-19, incluindo a realização de testes em massa, quarentena em instalações designadas, para casos positivos e contactos diretos, e a utilização de aplicações de rastreamento de contactos.

Isto ocorreu depois de protestos em várias cidades da China contra a estratégia de 'zero casos' de covid-19. Alguns dos manifestantes proclamaram palavras de ordem contra o líder chinês, Xi Jinping, e o Partido Comunista, algo inédito no país em várias décadas.

Embora tenha sido recebido com alívio, o fim da estratégia 'zero covid' suscita também preocupações.

Com 1.400 milhões de habitantes, a China é o país mais populoso do mundo. A estratégia de 'zero casos' significa que a esmagadora maioria da população chinesa carece de imunidade natural. Pequim recusou também importar vacinas de RNA mensageiro, consideradas mais eficazes do que as inoculações desenvolvidas pelas farmacêuticas locais Sinopharm e Sinovac.

A remoção das restrições poderá desencadear uma 'onda' de casos sem paralelo este inverno, sobrecarregando rapidamente o sistema de saúde do país, de acordo com as projeções elaboradas pela consultora Wigram Capital Advisors, que forneceu modelos de projeção a vários governos da região, durante a pandemia.

Um milhão de chineses poderá morrer com covid-19 durante os próximos meses de inverno, de acordo com a mesma projeção.

Especialistas advertiram, no entanto, que ainda há possibilidades de o Partido Comunista reverter as decisões e reimpor restrições, caso ocorra um surto em grande escala.

O anúncio da semana passada deu aos governos locais espaço para imporem regulamentos próprios. A maioria dos restaurantes em Pequim, por exemplo, continua a exigir a apresentação de teste negativo realizado nas 48 horas anteriores e as regras são ainda mais rígidas para edifícios governamentais.

Leia Também: Covid-19 está a propagar-se na China depois de alívio de restrições

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