Primeiro-ministro ucraniano pede mais ajuda para combater ataques russos
O primeiro-ministro ucraniano apelou a mais ajuda militar, especialmente baterias de mísseis 'Patriot' e outros sistemas de defesa antiaérea, para combater os ataques da Rússia, que voltou hoje a bombardear regiões no leste da Ucrânia.
© Lusa
Mundo Guerra na Ucrânia
Em declarações à cadeia de rádio francesa LCI, Denys Shmyhal disse que a Rússia quer "inundar a Europa com uma nova onda de refugiados ucranianos" ao visar as infraestruturas energéticas do país, o que tem provocado e provocará no inverno falhas no abastecimento de energia elétrica e de água a milhões de pessoas.
Segundo refere a agência noticiosa Associated Press (AP), o fornecimento de mísseis terra-ar 'Patriot' para a Ucrânia marcaria "um grande avanço" nos modelos de sistemas de defesa aérea que o Ocidente está a enviar para ajudar um país devastado pela guerra a defender-se dos ataques aéreos russos.
Até agora, acrescenta a AP, nenhum país os ofereceu, embora a Alemanha tenha fornecido mísseis 'Patriot' à vizinha Polónia, aliada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Milhões de ucranianos já fugiram do país desde que a invasão russa começou, a 24 de fevereiro, e há o receio de que muitos mais possam deixar as suas casas durante o inverno.
Milhares de pessoas morreram e dezenas de cidades e vilas em toda a Ucrânia foram reduzidas a escombros durante os mais de nove meses de ataques russos.
A Ucrânia também precisa de ser reabastecida com projéteis de artilharia e tanques de batalha modernos, disse Shmyhal na entrevista transmitida na noite de domingo antes das reuniões em Paris, ao longo da semana em curso, para levantar e coordenar mais ajuda internacional para a Ucrânia.
Os mais de 1.000 ataques russos às infraestruturas desde outubro são projetados "para desencadear outra onda de migração em direção à Europa", insistiu o primeiro-ministro ucraniano.
O Kremlin já assumiu que os ataques ao sistema de abastecimento de energia e água na Ucrânia são uma retaliação ao que Moscovo diz ter sido um ataque orquestrado por Kyiv à principal ponte construída na península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
Domingo, segundo indicou a Casa Branca, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, falou ao telefone com o homólogo norte-americano, em que Joe Biden reafirmou o "apoio contínuo" de Washington à defesa da Ucrânia enquanto a Rússia continuar os ataques a "infraestruturas críticas" na Ucrânia.
Os repetidos ataques russos às infraestruturas deixaram milhões de ucranianos sem energia, aquecimento ou água em todo o país.
No fim de semana, os ataques de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) russos perto do porto de Odessa, no Mar Negro, destruíram várias instalações de energia de uma só vez e deixaram a população local sem energia, com exceção de hospitais e maternidades, que contam com o recurso a geradores.
A empresa de abastecimento de energia da Ucrânia, Ukrenergo, disse hoje que a situação no sistema continua difícil após os ataques russos, principalmente em Odessa.
Para se defender de novos ataques, Shmyhal reiterou os anteriores pedidos ucranianos de mísseis terra-ar 'Patriot' -- um sistema altamente sofisticado que até agora não foi lançado -- e mais sistemas de defesa antiaérea alemães e franceses.
"A Ucrânia precisa de grandes quantidades de armamento para responder de igual para igual à artilharia russa", frisou Shmyhal, argumentando que a Rússia dispara entre 50.000 a 70.000 projéteis por dia contra alvos ucranianos.
"Precisamos diariamente de, pelo menos, um terço dessa quantidade", referiu.
Os organizadores da conferência em Paris adiantaram esperar a presença de mais de 45 países e de 20 instituições internacionais políticas e financeiras.
O foco da reunião será apressar a ajuda à Ucrânia para atender às necessidades de água, energia, alimentação, saúde e transporte durante os duros meses de inverno e enviar uma mensagem a Moscovo de que a comunidade internacional está do lado de Kyiv.
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