"O que podemos dizer, como pessoas francas, como políticos, como membros da NATO, que é uma aliança de defesa, o que podemos garantir à Rússia é que nenhum de nós quer fazer com a Rússia o que a Rússia está a fazer ao seu vizinho", assegurou o chefe de Estado polaco, durante uma visita à capital alemã.
Numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, Duda garantiu que nunca houve intenção de atacar a Rússia.
O líder polaco agradeceu à Alemanha e ao seu homólogo alemão a oferta de instalar baterias de sistemas de defesa antimísseis Patriot na Polónia, o que descreveu como um "gesto muito importante", sobretudo depois da recente queda de um míssil em território polaco, que provocou duas mortes.
"Para nós na Polónia é um gesto muito importante no quadro da NATO, um gesto muito importante de um aliado, um gesto muito importante de um vizinho e um gesto muito importante entre as nossas duas nações", sublinhou Andrzej Duda.
O Presidente polaco acrescentou que, nos próximos dias, especialistas polacos e alemães discutirão o local ideal para instalar as baterias antimísseis.
Duda disse ainda que falou com Steinmeier sobre a necessidade de se dirigir à Comissão Europeia para pedir apoio financeiro para os países que acolhem refugiados da Ucrânia.
O Presidente polaco lembrou que atualmente existem cerca de três milhões de refugiados ucranianos na Polónia, e que, para muitos deles, o seu país é apenas um lugar de passagem, o que significa que mais pessoas também chegarão à Alemanha.
Estas pessoas fogem do conflito em curso na Ucrânia, mas também das condições de vida cada vez mais adversas no território ucraniano, devido às temperaturas baixas e à falta de eletricidade e de água.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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