EUA. Biden assina lei que protege casamento entre pessoas do mesmo sexo

O presidente norte-americano, Joe Biden, assinou hoje a lei que protege o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos, durante uma cerimónia na Casa Branca que juntou milhares de convidados.

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© Drew Angerer/Getty Images

Lusa
13/12/2022 23:01 ‧ 13/12/2022 por Lusa

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Num clima festivo, com mais de 3.000 participantes, o cantor Sam Smith atuou no início do evento com a famosa canção "Stay With Me", enquanto Cyndi Lauper emocionou o público com "True Colors", um hino da comunidade 'gay'.

Ao promulgar este projeto de lei, Biden saudou um "passo crucial rumo à igualdade, à liberdade e à justiça, não apenas para alguns, mas para todos".

"Decidir com quem se casar é uma das decisões mais pessoais que uma pessoa pode tomar", salientou o democrata, defendendo que o casamento deve-se resumir a apenas duas perguntas: "Quem é que você ama?" e "Você será fiel à pessoa que ama?".

"Esta lei reconhece que todos devem ter o direito de responder a essas perguntas por si mesmos, sem interferência do governo", acrescentou.

O Congresso norte-americano tinha dado na quinta-feira a aprovação final à legislação que protege os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, um passo considerado monumental numa batalha de décadas pelo reconhecimento nacional de tais uniões.

A legislação bipartidária, que foi aprovada por 258-169 com quase 40 votos republicanos, também protege as uniões inter-raciais ao exigir que os Estados reconhecessem os casamentos legais independentemente de "sexo, raça, etnia ou origem nacional".

Após meses de negociações, o Senado tinha aprovado o projeto na semana passada com 12 votos republicanos.

A legislação, que entra em vigor automaticamente com a sua assinatura, servirá para proteger os casamentos inter-raciais e entre pessoas do mesmo sexo, caso a maioria conservadora do Supremo Tribunal anule as decisões judiciais que protegem esses direitos.

Especificamente, a lei proíbe qualquer Estado de contestar a legalidade de um casamento, independentemente do sexo ou raça das partes, se o casamento for legal no Estado em que ocorreu.

Além disso, revoga a Lei de Defesa do Casamento aprovada em 1996 no governo de Bill Clinton (1993-2001) e que estabelecia que o casamento só poderia ocorrer entre um homem e mulher, impedindo o reconhecimento de uniões homossexuais.

A defesa da igualdade no casamento ganhou força depois do Supremo Tribunal ter derrubado em junho a lei Roe v. Wade, que durante quase meio século protegeu o acesso ao aborto.

A opinião pública nos EUA mudou drasticamente nos últimos anos: em 1996, quando foi assinada a Lei de Defesa do Casamento, apenas 27% dos norte-americanos apoiavam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto em 2022 o apoio era de 71%, segundo uma sondagem da Gallup.

O próprio Joe Biden, que como senador votou a favor daquela lei, mudou a sua posição sobre o assunto nos últimos anos e, como candidato nas eleições de 2020, prometeu defender os direitos da comunidade LGBT (gay, lésbica, bissexual e transexual).

Leia Também: Há "perseguição à comunidade LGBT no Qatar", diz catari gay assumido

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