As autoridades brasileiras não citaram o nome Teodoro Nguema Obiang, também conhecido como Teodorín, mas anunciaram ter começado, na terça-feira, "a Operação '#LuxuryLiving' para obter provas da prática de lavagem de dinheiro no Brasil por pessoa estrangeira politicamente exposta", de acordo com um comunicado divulgado no 'site' da PF.
Foram cumpridos cinco mandados de busca, um em Paris, dois em Lisboa e dois em Zurique, referiu.
"Em Portugal, o cumprimento dos mandados contou com a colaboração da Polícia Judiciária portuguesa e do Ministério Público português, e na Suíça com autoridades do Ministério Público da Confederação e policiais daquele país", salientou.
Em causa está a compra, em 2007, de um apartamento na zona nobre na cidade brasileira de São Paulo, no valor de 15,6 milhões de reais (2,77 milhões de euros ao câmbio atual).
As autoridades brasileiras suspeitam que o apartamento foi comprado através de empresas 'offshore' de fachada, de forma a encobrir dinheiro público desviado do país.
"As medidas realizadas constituem a segunda fase da investigação denominada 'Salvo Conduto'", iniciada pela PF em outubro de 2018.
A investigação visa, em resumo, entre outros factos, apurar a "aquisição, reforma e ocultação de um apartamento de alto luxo situado em São Paulo", adquirido por "interpostas empresas de fachada estrangeiras (shell companies), com recursos potencialmente ilícitos", acrescentou a PF na mesma nota.
Em 2018, as autoridades brasileiras apreenderam 13,8 milhões de euros em dinheiro e em relógios de luxo ao vice-Presidente da Guiné Equatorial.
À data, a comitiva de Teodorin viajava com malas que continham 20 relógios com diamantes, avaliados em cerca de 13 milhões de euros e mais 800 mil euros em dinheiro, apreendidas no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no estado de São Paulo.
Teodorin Obiang, filho do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder há mais de 43 anos, foi condenado pela justiça francesa, em 2021, com uma pena suspensa de três anos, uma multa de 30 milhões de euros e a apreensão das propriedades em França.
De acordo com a justiça francesa, Teodorin usou dinheiros públicos do seu país para comprar propriedades luxuosas em alguns dos lugares mais caros do mundo.
Leia Também: Guiné Equatorial. Detidos por comemorarem Dia dos Direitos Humanos