"Absolutamente", assinalou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, no decurso da conferência de imprensa diária, ao ser questionado se perfilhava as declarações do vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, que em finais de novembro disse que os Patriot se tornariam "imediatamente num alvo legítimo das Forças Armadas" russas.
No entanto, Peskov assinalou que de momento se abstém de produzir mais comentários pelo facto de, no atual momento, a possibilidade de os EUA fornecerem os sistemas antiaéreos Patriot à Ucrânia apenas ter sido divulgada por diversos 'media', sem confirmação oficial de Washington.
Na terça-feira, a cadeia televisiva norte-americana CNN assegurou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, está a ultimar os detalhes sobre o envio dos Patriot à Ucrânia, uma decisão que poderia ser anunciada ainda esta semana.
A Ucrânia tem vindo a solicitar aos EUA estas baterias antiaéreas, com capacidade para intercetar mísseis balísticos e de cruzeiro, e reafirmou o pedido na sequência do recrudescimento dos bombardeamentos russos que destruíram diversas infraestruturas vitais do país.
A quantidade de baterias Patriot ainda não é conhecida, mas cada unidade inclui um radar que deteta e segue o objetivo, computadores, geradores e uma estação de controlo, para além de oito mini-rampas de lançamento com quatro mísseis prontos para disparar.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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